O prédio estava quieto demais.
Quando cheguei ao andar dela, algo dentro de mim se retesou. Um instinto bruto, primitivo, que me avisava que algo estava fora do lugar. E estava.
A porta do apartamento estava encostada.
Sem chave, sem tranca, sem aviso.
Meu estômago virou.
Empurrei devagar, cada centímetro da abertura me sufocando mais do que o anterior. O interior estava silencioso, impecável. Como se tivesse sido preparado para uma revista, não para a vida.
— Carol? — chamei, com a voz falha. Nenhuma resposta.
Entrei.
A sala estava perfeitamente arrumada. Almofadas simetricamente dispostas. Nada fora do lugar. Nada vivo. Nenhum sinal de movimento recente. Nenhum som. Nenhum cheiro de café ou perfume no ar. Apenas o silêncio — e a tensão.
Foi quando vi.
O celular dela.
Estava no chão, ao lado do sofá. Estilhaçado. A tela completamente destruída, como se tivesse sido arremessado com força. Me abaixei devagar, sentindo a pulsação martelar nos meus ouvidos. Peguei o aparelho n