O mundo ainda parecia fora de lugar.
Meus pulmões doíam como se tivessem sido espremidos de dentro pra fora. A cabeça latejava e os músculos do braço ainda tremiam, mesmo depois de minutos parada no sofá, tentando convencer meu corpo de que o pior já tinha passado. Eu odiava quando meu corpo não acreditava em mim.
Me abracei, as pernas dobradas contra o peito, sentindo o vazio do apartamento. Beatriz e Wanessa estavam longe, provavelmente rindo em alguma praia ensolarada enquanto eu me desfazia em silêncio aqui. Pensei em ligar. Em contar tudo. Mas só a ideia me fez sentir ainda mais fraca. Como se transformar minha dor em palavras fosse… um tipo de derrota.
Foi quando ouvi.
Três batidas secas na porta.
Meu coração acelerou de novo, numa resposta automática. Não esperava ninguém. E naquela hora, qualquer coisa inesperada me parecia uma ameaça.
Fui até a porta em silêncio, cada passo mais tenso que o anterior. Espiei pelo olho mágico.
Jake.
O ar pareceu mais denso de repente.
Ele estav