Ponto de vista de Máximo Bianchi

O silêncio da sala era preenchido apenas pelos estalos do plástico da seringa. Eu e Giullia havíamos acabado de fazer os exames de sangue para o teste de compatibilidade de medula. Nunca imaginei que um simples tubo com nosso sangue pudesse carregar tanto peso, tanta esperança.

Enquanto o enfermeiro etiquetava os frascos, olhei para minha irmã. Seus olhos estavam vermelhos, mas ela segurava firme.

— Se eu for compatível, nem discute, Máximo — ela disse, apertando minha mão.

— Você não vai discutir se for eu. — Respondi no mesmo tom, quase desafiando, mas havia amor, cumplicidade e desespero disfarçados naquele embate.

O laço que tínhamos sempre foi forte. Mas agora… parecia inquebrantável. A vida da nossa mãe dependia disso.

A primeira sessão de quimioterapia de mamãe foi um dos momentos mais difíceis da minha vida.

Entramos na sala junto com ela. Salvattore, claro, não largava sua mão por nada. Ele estava ali, firme, o olhar carregando mais amor do qu