Elena ignorou a porta destrancada, como se cada passo adiante fosse uma recusa consciente ao afastamento que ele tentava desesperadamente impor. Ignorou o pedido murmurado, sufocado pelo orgulho ferido. Ignorou a distância cuidadosamente construída entre eles como uma muralha feita de dor e autopreservação.
Caminhou até ele com passos lentos, mas determinados — os pés descalços sussurrando contra o chão frio de mármore, como uma prece silenciosa. O ar ao redor parecia suspenso, pesado, carregado de tudo o que nunca foi dito. E quando Dante finalmente se virou, olhos ardendo em sombras, pronto para repelir mais uma vez a invasora de sua solidão, Elena simplesmente o abraçou.
Seu corpo se encaixou ao dele sem pedir permissão, colando-se com a urgência de quem busca salvação. A camisola fina mal a protegia do frio que impregnava o quarto, mas ela se aquecia no calor involuntário que ele ainda emanava, mesmo lutando contra isso.
Por um segundo — um segundo infinito — Dante ficou imóvel. O