O carro negro cortava a estrada sinuosa como um predador em silêncio. O mar ao longe rugia contra as pedras, sob um céu pesado, enquanto o sol se escondia atrás de nuvens escuras. Dentro do veículo, Dante observava a paisagem com os olhos cerrados, o maxilar travado e a respiração contida.
À sua direita, Dimitri falava ao telefone em italiano com alguém da equipe de vigilância posicionada próximo ao esconderijo de Alejandro.
— Confirmaram o local. A casa é grande, isolada, com uma pequena enseada aos fundos. Há dois cuidadores com ele e um segurança armado. Ele ainda está debilitado, mas consciente. — Dimitri virou-se, trocando um olhar rápido com Dante. — Quer que eu entre com o time?
Dante negou com um gesto seco.
— Eu vou entrar. Sozinho.
Dimitri arqueou uma sobrancelha.
— Dante...
— Se esse filho da puta ainda respira, ele vai me ouvir. Pela última vez.
O carro avançou por uma estrada de terra, cercada por pinheiros altos e úmidos. Um pouco mais adiante, o cheiro salgado do mar fi