O tiroteio havia cessado. O som da última rajada ainda ecoava fraco ao longe, misturado aos estalos dos carros carbonizados e ao gotejar ritmado da chuva que voltava a cair.
Dante, ainda usando sua máscara preta, permanecia imóvel diante do único homem que sobrevivera ao confronto. Seus homens o mantinham de joelhos na lama, os pulsos amarrados com uma fita de nylon e o rosto inchado por conta das pancadas.
O capanga erguia os olhos lentamente, encarando a figura à sua frente com um misto de pavor e fascínio. O reflexo dos faróis nos olhos escuros por trás da máscara dava a Dante um aspecto quase sobrenatural.
— Você é ele… — o homem murmurou, cuspindo sangue e tentando ajeitar a coluna, apesar da dor que irradiava das costelas. — O tal Dom… o mascarado…
Dante não respondeu de imediato. Apenas se agachou lentamente diante dele, o rosto coberto permanecendo a poucos centímetros do rosto do capanga, o silêncio pesando como um aviso.
— Se sabe quem eu sou, então já sabe o que acontece co