O sol invadia o quarto 305 do hospital através da enorme janela de vidro, tingindo o ambiente de tons dourados e quentes. As cortinas brancas balançavam levemente com a brisa que escapava do ar-condicionado, e os equipamentos emitiam bipes ritmados como se marcassem o compasso do coração de alguém apaixonado.
Firmino estava recostado na cama, a camisa azul claro aberta até o meio do peito e o cabelo escuro um pouco bagunçado, revelando o charme descuidado que parecia intencional. Ele segurava um copo de suco como se fosse um drinque de bar, e girava o canudo distraidamente com um sorriso preguiçoso.
Foi quando Lorena entrou, segurando uma prancheta e usando o jaleco branco levemente justo no corpo. Seu coque bagunçado parecia ter sido feito às pressas, mas de forma encantadora. Ela usava tênis brancos, discretos, e o estetoscópio pendia em volta do pescoço como um colar de poder. Os olhos verdes encontraram os dele — e ali se formou o primeiro flerte silencioso do dia.
— Chegou a hora