A sala de reuniões da Monteiro Corp nunca fora tão silenciosa. O espaço amplo, decorado com mármore frio e quadros que representavam décadas de poder familiar, agora se tornava o palco de uma execução. Adriano Monteiro entrou com passos pesados, tentando manter a postura ereta, mas todos os olhos já o julgavam. Os sócios estavam reunidos, gravatas impecáveis, olhares severos. Cada um deles segurava uma cópia da intimação que circulava pela imprensa: Adriano Monteiro convocado a depor sob acusação de desvio de fundos e fraude corporativa.
Um dos sócios mais antigos, homem de cabelos grisalhos e voz firme, tomou a palavra.
— Monteiro, a empresa chegou ao limite. Os clientes perderam a confiança, os investidores recuam, a imprensa nos crucifica todos os dias. Não podemos mais sustentar o peso das suas escolhas.
Adriano tentou intervir. — Ainda não foi provado nada. Há apenas acusações… eu posso contornar, posso…
— Pode o quê? — interrompeu outro, mais jovem, os olhos faiscando de impaciê