Adriano Monteiro estava sentado em sua poltrona de couro, a mesma que outrora lhe conferia ares de poder, mas agora parecia um trono vazio em uma sala de execuções. A televisão ligada exibia manchetes sobre a crise na Monteiro Corp, repórteres descrevendo em detalhes os processos, os sócios se afastando, os investidores retirando capital. O telefone tocava sem parar, mas ele já não atendia. Cada chamada era cobrança, cada voz mais uma pedra em sua sepultura.
Naquela manhã, recebeu uma intimação formal: teria que entregar documentos e responder por movimentações financeiras ainda não explicadas. O prazo era curto, os advogados já não conseguiam conter o mar de acusações. E foi então que o golpe final veio de onde menos esperava.
Elena.
Ela entrou no escritório do Ministério Público com passos firmes, mas o olhar denunciava o pânico. Usava óculos escuros, como se quisesse se esconder, mas não havia como ocultar a ruína. Entregou uma pasta pesada nas mãos do procurador e disse, com a voz