Quando Clara retornou à Casa Raízes, o mundo parecia outro. Não que o lugar tivesse mudado fisicamente — as paredes ainda guardavam as marcas do ataque, as cores novas do portão ainda brilhavam sob o sol —, mas havia um brilho diferente nos olhos de todas. Um tipo de confiança serena, como quem percebe que sobreviveu à tempestade e agora pode, enfim, erguer o rosto para o vento.
Júlia a esperava no portão, o cabelo preso às pressas e o sorriso cansado.
— Finalmente — disse, abraçando-a com força. — Você não imagina o que aconteceu enquanto estava fora.
Clara riu, sentindo o calor do abraço. — Imagino que você tenha feito milagre.
— Talvez um ou dois — respondeu Júlia, piscando. — Mas o maior deles veio de fora.
Na sala principal, as adolescentes estavam reunidas em torno de um jornal aberto sobre a mesa. Assim que Clara entrou, todas se viraram, ansiosas. Luana correu até ela, quase tropeçando nas próprias pernas.
— Saiu uma matéria sobre a Casa, Clara! Na seção principal do jornal da