Helena Assunção
Faz semanas que o nome de Felipe Diniz voltou a ecoar por toda parte — mas, pela primeira vez, não por escândalo, poder ou tragédia. Desta vez, ele voltou através das palavras.
“O Prazer do CEO.”
O título é um golpe suave, mas preciso. Um sussurro de um passado que eu jurei enterrar.
Tentei ignorar.
Fugi de livrarias, silenciei notificações, virei o rosto quando vi o nome dele estampado em manchetes. Mas há coisas que o destino insiste em nos fazer encarar. E Felipe sempre foi uma dessas coisas.
Hoje, ao cruzar a rua principal, algo me faz parar. A vitrine iluminada reflete meu próprio rosto diante de uma capa que reconheceria mesmo sem ler o nome do autor. Uma rosa queimada sobre mármore negro. Elegante. Fatal. Como ele.
Sinto o estômago se contrair. O coração acelera de um jeito antigo, familiar, quase dolorido.
Entro.
O som dos meus passos ecoa entre as prateleiras, e o ar parece pesado, cheio de lembranças que não deveriam ter cheiro. Quando toco o exempla