Helena
O mundo para por um instante.
A mensagem ainda brilha na tela como uma sentença gravada em aço:
“Eu só preciso de um movimento para derrubar vocês dois. A escolha é sua, Helena.” — A.N.
A.N.
Adrian Navarro.
Um homem que acredita que pode manipular o destino de quem nunca soube temer o fogo.
Guardo o celular como quem guarda uma arma. Lenta. Precisa. Sem demonstrar o menor tremor.
Não corro. Não pisco. Não respondo.
Eu penso.
E pela primeira vez desde que tudo começou, não penso em salvar Felipe. Penso em destruir Adrian. Não porque ele me ameaçou. Mas porque ele acreditou—ousou acreditar—que poderia me usar como ferramenta. O erro dele foi simples: Fez de mim um alvo. Agora eu vou me tornar o tipo de alvo que ninguém consegue atingir sem sair sangrando.
Caminho até minha mesa com passos calculados.
Quando sento, sinto… algo novo pulsando dentro de mim. Não é medo. Não é incerteza. É estratégia. Fria. Clara. Lúcida. A Helena cautelosa, diplomática e analítica continua aqui. Mas