Nos dias seguintes, o clima dentro da Construtora Mancini era o de um formigueiro em ebulição.
Lucca e Davi mergulharam no caos contábil. As mãos cobertas por post-its, olhos fixos em planilhas abertas em três telas ao mesmo tempo. Documentos digitais eram cruzados com assinaturas físicas, registros antigos trazidos à tona como fósseis de uma história mal contada. E quanto mais cavavam… mais esgoto aparecia.
Mas Amanda sabia que o perigo não estava só nos números.
Ela não era feita de Excel e fluxo de caixa — era feita de instinto. E, naquele momento, sua arma mais poderosa era sua presença.
Circulava como quem não queria nada. Um elogio aqui, um sorriso ali. Tocava ombros, escutava desabafos. Chamava o nome dos funcionários pelo diminutivo, perguntava sobre a mãe, o cachorro, o filho que entrou na faculdade. Tão carismática quanto estratégica.
Ninguém suspeitava que aquela mulher elegante de salto discreto e olhar gentil estava, na verdade, farejando podridão.
E foi na tarde de uma t