A Construtora Mancini respirava um raro momento de estabilidade.
As manchetes haviam diminuído, os acionistas pareciam mais calmos, e os corredores voltavam a pulsar com o ritmo habitual de reuniões, telefonemas e passos apressados. Mas para Mauro, isso era perigoso. O silêncio confortável era o melhor esconderijo para o caos. E ele sabia exatamente onde plantar a semente da dúvida.
No coração pulsante da empresa, onde segredos passavam sob o disfarce de documentos e e-mails inofensivos, Leonel Andrade agia com a paciência de um veneno lento. Ele não era só mais um funcionário. Era uma sombra — alguém que aprendeu a ouvir, sorrir, obedecer... e destruir por dentro.
Leonel andava pelos corredores com uma caneca de café na mão, planilhas abertas no notebook e um crachá pendurado no bolso do paletó. Nada nele chamava atenção. E isso era exatamente o que o tornava perigoso.
Naquela manhã, a luz entrava morna pelas persianas do 14º andar. Davi, concentrado, examinava os relatórios do setor