Marina, aos 23 anos, tinha desistido do amor após uma série de desilusões. Com sua personalidade excêntrica e irreverente como escudo contra as dores do coração, ela acreditava que ninguém valia a pena. Tudo muda quando sua amiga vidente faz uma previsão: o verdadeiro amor de sua vida está prestes a cruzar seu caminho. Na mesma semana, Marina se prepara para o casamento de sua prima, onde um resort dos sonhos torna-se o cenário perfeito para essa reviravolta. Quando o buquê é atirado e ameaça atingir seus olhos, ela é salva por um belo desconhecido, e um lampejo de certeza a atinge: este é o homem predestinado a conquistar seu coração. Mas o destino tem suas próprias surpresas guardadas. Ander, o melhor amigo desse misterioso rapaz, percebe as excentricidades de Marina e decide proteger seu amigo a todo custo, lançando-se em uma missão para sabotar os planos dela.
Ler maisEra uma quinta-feira à noite quando Marina finalmente chegou em casa naquele dia. Após um turno dobrado no quiosque e duas aulas cansativas na faculdade, ela finalmente chegou no seu apartamento pelo qual ela pagava caro e quase nunca estava lá. Ela riu sozinha percebendo a ironia de sua vida.
Sem pensar duas vezes, Marina chutou os sapatos e se jogou no sofá de couro falso, que estava um tanto desgastado. Na mesma hora em que seu corpo afundou no sofá, ouviu os miados insistentes de sua gata vindo da cozinha. Sabia que Demi Lovato, a gata, não sossegaria até receber sua porção de ração.
Marina se levantou para atender ao chamado agudo de Demi. Enquanto caminhava até a cozinha, lembrava do dia em que ganhou a gata, presente de suas primas quando a levaram a um show da sua cantora favorita na época. O que parecia uma ótima ideia quando tinha 17 anos se transformou em uma fonte constante de constrangimento quando, ao levar a gata ao veterinário, a recepcionista anunciava em alto e bom som: "Demetria Devonne Lovato?"
— Sério, Demi? Ainda tem ração no seu pote. — Marina questionou a gata, que respondeu com mais miados
Sabendo que era uma discussão que não poderia vencer, Marina jogou fora o resto da ração mais cara que havia na loja e substituiu por uma porção novinha em folha.
— Eu sou uma piada pra você, não é, Demetria?
Como era de se esperar, Demetria não ofereceu qualquer resposta a Marina.
Enquanto Marina voltava à sala, seu celular começou a vibrar incessantemente em sua bolsa. Ela pegou o aparelho e se deparou com várias mensagens do grupo de amigos. Eles estavam planejando uma despedida de solteira surpresa para sua prima Isabella, que estava prestes a se casar no fim de semana, e Marina era sua madrinha.
Marina sabia que embora trabalhasse e tivesse aula no dia seguinte, ela não conseguiria escapar dessa.
Apesar do trabalho e das aulas no dia seguinte, Marina sabia que não poderia escapar da festa. Na verdade, nem queria. Marina era da opinião de que dormir era para os fracos, como ela costumava dizer. Ela estava determinada a aproveitar a vida ao máximo enquanto trabalhava para construir seu futuro. O que eram algumas horas a menos de sono?
Após um banho rápido, Marina vestiu uma roupa casual, soltou os cabelos volumosos e se dirigiu a um bar movimentado não muito longe de sua casa para encontrar seus amigos. Ao chegar, foi recebida com abraços calorosos e beijos nas bochechas.
— Com a Marina aqui, não falta ninguém, né? — Luísa perguntou. Luísa e Marina haviam ingressado na faculdade no mesmo ano, embora seus caminhos tenham se separado em algumas disciplinas, elas nunca deixaram de ser amigas.
— A Isa ainda está a caminho, certo? — Emília, a prima mais velha de Isabella e Marina, perguntou.
— Ela disse que tá chegando...— Ana Paula, melhor amiga de Isabella, respondeu.
Em pouco tempo, Isabella chegou acompanhada de mais uma amiga que Marina não conhecia muito bem, mas sabia que assim com Gabi e Emília, era uma das madrinhas.
Pouco tempo depois, Isabella chegou, acompanhada por mais uma amiga que Marina não conhecia muito bem, mas sabia que, assim como Ana Paula e Emília, era uma das madrinhas.
O clima festivo tomou conta do grupo, e alguém colocou um véu na cabeça de Isa, além de um colar com diversos mini pênis de todos os tipos e cores ao redor de seu pescoço. A noite prometia ser memorável, e Marina estava pronta para aproveitar cada momento. Emília chamou uma garçonete que passava e pediu a ela que trouxesse todos os drinks da casa. Pouco a pouco, a mesa foi se enchendo com diversos copos malucos com canudos em espiral, mini guarda-chuvas, cores diferentes e alguns até com glitter comestível.
Marina sabia que a cota final seria bem cara, mas assim como todas na mesa, ela não se importava. Não desde que Isabella ficou noiva de um multimilionário que se apaixonou perdidamente por ela.
— Então, Isa, como se sente ao saber que a partir de sábado, você só vai ver um pênis pelo resto da sua vida? — Luísa perguntou.
Era verão novamente. Pela décima vez depois do casamento de Isa. Não, não fazem 10 anos, as estações são diferentes na cidade de Marina. Primeiro há o verão. Depois, entra o verão novamente. E então, um verão chuvoso. E por fim, o ano termina com um verão bem quente.Então é seguro dizer que faziam quase 3 anos do casamento de Isa quando o grupo estava se preparando para um novo casamento. Dessa vez, sem extravagâncias. Sem resort luxuoso, sem restaurantes e passeios com tudo pago. Apenas uma festa de casamento numa pequena igrejinha, como Marina sempre quis.Ela estava nervosa, tão nervosa quanto há seis meses antes, quando Ander se ajoelhou em pleno Natal na família de Marina e a pediu em casamento. Depois de tantos Natais, aniversários e eventos familiares, Marina tinha que admitir que o rapaz se adaptou bem a sua família. — Você tá pronta? — Emília perguntou de repente. Marina piscou e percebeu que estava em transe enquanto uma maquiadora finalizava sua maquiagem. Ela se olhou
Agora, ela era apenas uma garota de coração partido. A essa altura do campeonato, o que Marina poderia fazer? O que diabos ela faria além de admitir pra si mesma seus sentimentos. Além de cair na real? O que ela faria além de perceber que ela já se apaixonou antes, já teve seu coração palpitando por alguém, mas nunca, em hipótese alguma, ela pensou que poderia sentir um verdadeiro vazio em si mesma pelo cara que conhece há uma semana? O que Ander a fez sentir era viciante. Marina era uma feminista, ela se mataria antes de falar que um homem a fez se sentir completa. Mas a verdade? Ander não era qualquer homem, e ela sabia disso. E não foi o acréscimo de um homem na sua vida que a deixou completa. Foi a forma que ela se sentia. O carro parou e Marina soube que chegara. Toda semana de fantasia acabou. Marina voltou a sua vida normal, onde ela era apenas uma universitária desempregada que morava com um gato num apartamento alugado. Ela saiu do carro.Marina sentia o estomago borbulhar
Marina e Emília não tiveram tempo de conversar, com os poucos minutos faltantes para o checkout, elas tiveram que correr com as malas até a recepção, ou receberiam uma baita bronca de Isa. Em tempo recorde, ela conseguiram.— Quer almoçar em algum restaurante? — Emília perguntou.Marina deu de ombros.— Pode ser a caminho de casa.E assim as duas foram. Emília, por diversas vezes, olhava de forma estranha para Marina. A mesma estava começando a se irritar com a prima, até que sentadas no restaurante, ela finalmente a questionou.— Por que tá me olhando assim? — Marina perguntou.Emília levantou as sobrancelhas.— Só tô estranhando você estar tão bem.Marina deu de ombros.— Eu ainda tô bêbada e dormindo, só estou existindo, Mili.Emília assentiu lentamente.— Entendi. É que depois de ontem, achei que você estaria mais triste. Ou brava.Marina riu. Então ela tentou lembrar da noite anterior, mas nada veio a sua mente. Marina forçou seu cérebro ao máximo, mas a última lembrança que tinh
Ela percebeu ser Emília. Seu cérebro demorou até processar as palavras da prima, e então ela se levantou num pulo e olhou ao seu redor.E ela o viu.Ander, num lindo smoking, na entrada do lugar, olhando ao redor. Marina sentiu seu coração vibrar. Ela ficou de pé com bastante dificuldade e tinha um sorriso enorme no rosto. Ele estava ali.Ele voltou.Ander olhava ao redor como se procurasse alguém. E então ele encontrou. Ander caminhou a passos largos, chamando atenção de todos ao redor pela intensidade dos seus passos, até ficar frente a frente.Com Mário.Marina via a cena de longe. Esmorecida. Ela viu Ander suplicar desculpas ao amigo e os dois se abraçarem, como um lindo final de filme de romance. Logo os seus amigos bêbados se juntaram nele e o abraçaram também.E Marina, que era só tristeza, se tornou raiva. Emília tinha os reflexos lentos, não conseguiu segurar Marina a tempo. Ela cambaleou, tropeçando nos saltos que teve que largar no caminho para não cair e chegou atrás de A
Mário olhou para Marina como se por um momento, desejasse que ela não tivesse perguntado isso.— Eu disse que não queria mais olhar na cara dele e quando voltei ao quarto, as malas dele já não estavam mais. — Mário respondeu.Marina suspirou. Ela odiava estar tão aflita quanto a isso. Ela odiava o fato da informação ter mexido com ela. Em segredo, Marina até desejava encontrar Ander pelos corredores do resort. Pena que era um segredo tão secreto que nem ela sabia.— Acho que é isso, então. Ele não se importa nem com o Mário e nem com a Marina. — Luísa falou dando de ombros.— Opa, peraí. — Fabião levantou o dedo. — Dentre todos os defeitos do Ander, se importar de menos nunca foi um deles.— Não parece. Se ele realmente gostasse da minha amiga, teria se resolvido com o Mário. — Luísa retrucou. — Ele contradisse as estrelas.Marina sentiu as bochechas ficarem vermelhas.— Luísa, menos. — Marina falou. Ela olhava para Luísa alarmada, suplicando que a amiga não falasse nem mais uma palav
Marina levou o "dia livre" bem a sério. Enquanto as amigas aproveitavam para fazer "coisas importantes", curtir a piscina e se esbaldar nos buffets livres, ela ficou em seu quarto. Marina estava envergonhada, chateada e depois de algumas horas, enraivada. Após refletir durante toda uma tarde, Marina tinha raiva de Ander. Da forma como tudo aconteceu, das coisas que ele lhe disse. Ela estava com raiva de si mesma por ter aberto tanto espaço para ele. Eles tomaram banho juntos!Marina não tomava banhos a dois. A hora do banho era particular e individual, não havia uma só atividade que precisaria de duas pessoas. Marina vacilou. Ela lembrou de Ander pegando o sabonete e passando em suas costas, lembrou do roçar dos dedos dele na sua pele, lembrou de se arrepiar, mesmo com a água fervendo caindo em si. Definitivamente, passar o dia trancada no seu quarto não estava funcionando.Marina, então, resolveu comer. Ela já havia pulado duas refeições, sua barriga até roncava, mas a sensação d
Último capítulo