Capitulo 2

Marina lembrou porque ela e Luísa ficaram amigas com essa pergunta.

— Sinceramente? Eu me sinto aliviada. — Isa diz. — Vocês não acham assustador, sempre que um relacionamento acaba, ter que fazer tudo de novo? Conhecer a pessoa, lidar com todos os defeitos e problemas dela...

Marina j**a os braços pro ar.

— Sim! Exato! É cansativo! — Ela praticamente grita. Marina estava convencida de que o amor era uma miragem inalcançável em seu horizonte. Aos 23 anos, ela já acumulava uma série de desilusões amorosas que haviam moldado sua visão cética do mundo. Sua personalidade excêntrica servia como um escudo contra as dores do coração. Ela acreditava que ninguém valia a pena, que a busca pelo amor verdadeiro era um conto de fadas inatingível.

Emília olhou para a prima com os olhos semicerrados.

— Você não tá transando, né? — Ela perguntou.

Marina balança a cabeça.

— Ultimamente, nem comigo mesma. — Marina bufou.

— Amiga, a Isa pode falar isso, ela vai se casar. Você não. Você ainda precisa passar por toda a parte chata para, por fim, transar. — Luísa disse à amiga e tomou um gole de seu drink.

— Ah, claro, isso se vocês quiserem um relacionamento e tudo mais. — Gabi disse. — Se for apenas uma noite, baixem o Tinder e deixem bem claro o que vocês querem no perfil.

— O que? Tinder? Só tem maluco lá. — A amiga de Isabella disse.

Luísa virou a cabeça olhando para a garota.

— E você é que mesmo?

Isa dá um pulo.

— Ah! Essa aqui é a Ana Paula, ela trabalhava comigo.

— Ana, você está completamente certa. Só tem gente doida lá. — Luísa ofereceu um brinde a Ana Paula.

— Não seria incrível se pudéssemos saber quem é a pessoa que vamos nos casar ou algo assim? — Ana Paula perguntou. — Assim, não perderíamos tempo conhecendo gente desnecessária.

— Seria a solução perfeita. Pena que não funciona assim. — Emília disse, com um toque de tristeza.

Nesse momento, Luísa olhou para Marina com um olhar significativo, como se estivesse tentando comunicar algo. No entanto, Marina percebeu o que ela estava tentando dizer e se mostrou claramente contra a ideia.

— O que está acontecendo com vocês duas? — Isa perguntou.

— Luísa, por favor, não. — Marina implorou.

Isso só fez com que o grupo ficasse ainda mais curioso.

— O que? — Emília perguntou.

Luísa então abriu um sorriso triunfante.

— E se eu dissesse a vocês que Marina e eu conhecemos uma vidente? — Luísa perguntou.

— Uma vidente? Uma que vê o futuro de verdade? — Gabi perguntou.

— Não, Luísa, a Sol não...

— Quem é essa Sol? — Isa perguntou.

— A gente a conheceu na faculdade, ela é nossa amiga e é vidente. Ela acertou as notas da Marina na faculdade, e a Marina ficou assustada quando ela disse que sabia quando a Marina morreria. — Luísa explicou.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Então, essa Sol estuda Direito com vocês? Para ser advogada? — Emília perguntou.

— Ela estudava, mas desistiu. Claro que fiquei assustada; estávamos nos divertindo, e de repente ela segura meu braço e diz que sabe minha data de morte. Quem não ficaria? — Marina explicou.

Isa deu um pulinho, em parte pela excitação, mas também porque estava mais bêbada do que sóbria.

— É isso! É disso que eu preciso para a minha despedida de solteira. Onde essa Sol mora? — Isa perguntou para Luísa.

— Sem chance de ela nos atender a essa hora... — Marina disse, notando que já era outro dia desde que elas chegaram ao bar.

— Na verdade, mandei mensagem para ela assim que me lembrei dela, e ela disse que nos atenderia! — Luísa comemorou.

Isso empolgou o grupo, que começou a se levantar, colocando suas bolsas no ombro e terminando as bebidas na mesa. Marina, vendo que foi vencida, suspirou.

— Vamos lá então. Quem sabe tenho sorte e a minha data de morte na verdade é hoje! — Marina disse sorrindo, fazendo com que Ana Paula, que ainda não conhecia seu humor ácido e inconsequente, a olhasse com estranheza.

Dois Ubers foram chamados. Marina não sabia sobre o outro carro, mas seu Uber claramente não estava feliz em levar três garotas embriagadas falando sobre morte, casamento e Tinder durante todo o caminho. Levou quase meia hora para que a viagem finalmente terminasse e as seis amigas se encontrassem na frente de uma modesta casa com muros altos em uma rua escura.

— É aqui mesmo? — Emília perguntou a Luísa.

— Sim, já estive aqui uma vez ou outra. — Luísa foi até a campainha e tocou. Dois cachorros enormes apareceram no portão, latindo alto, mas se acalmaram ao ver Luísa. — Se não são meus bebês! Quem são meus bebês? Quem são?

Luísa fala fino e passa a mão nos cachorros que parecem amigáveis com ela.

— Uma vez ou outra, né? — Isa comentou.

Luísa deu de ombros.

— Há muitas coisas que quero saber, e Sol disse que eu sou difícil de ler. Ao contrário da Marina, que só de tocar nela, Sol já sabe de tudo.

— Está com inveja de mim, Luísa? Acredite, se pudesse, eu daria toda essa coisa para você.

Sol se aproximou, e as garotas ficaram em silêncio, curiosas.

— Ah, meninas! Como estão? Venham por aqui, por favor. — Sol apareceu, abrindo o portão e segurando os cachorros pela coleira.

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