Muitas coisas aconteceram em 1958. Elvis se alistou no exército americano partindo para a Alemanha deixando o auge do sucesso de lado juntamente com suas fãs enlouquecidas e tristes. The Everly Brothers estourava o seu maior sucesso musical: All I have to do is dream. O filme Gigi ganhou nove Oscars, incluindo o de melhor filme quebrando o recorde de todos os tempos, os EUA lançaram o seu primeiro satélite, o Explore1, a Seleção Brasileira de Futebol foi campeã do mundo pela primeira vez. E Dominic London conheceu Jamie Everest. Talvez não seja um fato tão importante quanto os outros para a maioria das pessoas, mas foi no mínimo importante para eles. Amor, amizade, jaquetas de couro, rebeldes sem causa e muitos suspiros aguardam por você! NOTA DA AUTORA Querido leitor, Essa é uma história de amor que se passa no final dos anos 50. Por favor, tenha isso em mente ao ler. É uma época completamente diferente da que vivemos hoje, por isso, os costumes eram outros, a adolescência mais sonhadora e os garotos eram lindos em sua rebeldia. Desta forma, informo que esta obra é diferente de todas as outras que já apresentei, é sobre um casal adolescente descobrindo a pureza do primeiro amor e aprendendo sobre ele mutuamente. O tema dislexia é abordado de forma singela e simples, uma vez que o objetivo da obra não é aprofundar ou ensinar sobre essa condição, que é séria e precisa de muita atenção para aqueles que a possui, mas sim exaltar o amor entre duas pessoas mesmo com a barreira do preconceito existente. E para finalizar, você pode até odiar Dominic. Mas não será por muito tempo. Boa leitura!
Leer másHot n’cold – The Baseballs
Angels – The Baseballs
Candy Shop – The Baseballs
Miami – The Baseballs
Candy shop – The baseballs
Follow me – The Baseballs
Quit playing games – The Baseballs
My Girl – The Temptations
The Great Pretender – The Platters
Be my Baby – The Ronettes
Come on, lets go – Ritchie Valens e Los Lobos
Donna – Ritchie Valens e Los Lobos
Mil novecentos e cinquenta e oito foi um ano importante.
Imagine você que neste ano Elvis se alistou no exército para servir aos EUA deixando suas fãs deprimidas. Ritchie Valens apresentava ao mundo a primeira versão de La Bamba, a canção alcançou a 22ª posição na lista das músicas mais ouvidas da Billaboard.
Michael Jackson e Madonna nasceram em 1958.
Tudo bem, naquele momento não era importante para o mundo, mas em alguns anos...
A NASA foi fundada em Washington. A USS colocava a seu primeiro submarino no mar.
E Dominic London colocou os seus olhos na bela e diferente Jamie Everest.
Dom, como sua família e amigos o chamavam, menos Faith Stuart, a namorada de seu irmão mais velho, Tom, esta o chamava de marginal, estava no auge de sua juventude e rebeldia. Ainda seguia os passos do astro James Dean, morto desde cinquenta e cinco. Não era exatamente porque ele queria imitá-lo. Era apenas um jovem querendo aproveitar a vida, mas um tanto inconsequente e encrenqueiro. Seus pais e irmãos sofriam constantemente com seus ataques de revolta e naquele verão a Anne London, sua mãe, havia decidido:
Ou Dominic mudava ou iria para a escola militar.
E escola militar aos dezesseis anos significava uma coisa: Um pequeno adiantamento do terror que viveria em dois anos quando finalmente se alistasse no exército americano.
Ele rezava todas as noites para que a lei mudasse e nunca tivesse que se encaminhar para o suicídio compulsório.
O verão estava acabando, e os habitantes da pequena cidade de Midles Creek, ao sul dos Estados Unidos, estavam voltando às atividades normais. E os adolescentes da localidade, com um pouco mais de cinco mil habitantes, estavam de volta para a Midles High. O diretor da escola aguardava ansiosamente a chegada de Dominic London. Antes do final do ano letivo, Dom e seus amigos haviam pregado uma bela peça nos alunos da escola e o diretor Harrison estava ansioso para punir o rapaz. Assim, ao colocar seus pés no primeiro dia de aula, logo o mais rebelde dos alunos foi chamado na direção. Ele entrou na sala nojenta e fedida do diretor porco e sentou na cadeira em frente a sua mesa com displicência. Uma atitude obviamente desafiadora.
— Bem, senhor London, fico feliz em anunciar que eu não morri ou sofri de amnésia nos últimos meses, então adivinhe: eu ainda lembro do seu pequeno ato de vandalismo no ginásio da escola no último dia de aula antes das férias.
Dominic sorriu minimamente lembrando-se dos alunos correndo do ginásio para não se molharem com os spriters acionados "acidentalmente" pela fumaça de um pedaço de papel incinerado e colocado próximo demais ao dispositivo.
Foi apenas uma brincadeira para Dominic. Mas para o diretor foi mais um ato de vandalismo. Os vandalismos não se restringiam a pequenas brincadeiras. Vidros quebrados, brigas violentas, beber e fumar nas dependências do colégio, rachas de moto em frente a escola. Dom estava fora de controle.
— Não sorria, senhor London, porque este ano um anjo apareceu em minha vida. — O diretor Harrison avisou com um deleite exagerado. Os olhos do homem, por trás dos óculos, chegaram a fechar tamanho prazer.
Dominic o olhou sem emoção, o diretor sempre tentava pegá-lo, mas suas notas eram excelentes e sua mãe era conselheira do corpo estudantil. Harrison ficava apenas nas tentativas.
— Infelizmente não posso expulsá-lo, pois não tenho provas, sua mãe ficaria no mínimo chateada, e suas notas são excelentes. — o homem disse tirando os óculos e limpando com um lenço, em seguida colocou-os novamente, então começou a mexer em algumas pastas em sua mesa.
Dominic se contorceu levemente em sua cadeira, sempre sentia-se encurralado em qualquer lugar que não fosse seu quarto ou sua moto.
— Aqui está. — O professor levantou mostrando para o rapaz com uma firula exagerada, como se estivesse dizendo: ‘Lero lero’.
Dominic revirou os olhos sentindo o tédio começar a tomar conta, quando aquilo acontecia, ele ficava sem paciência. Poderia estar fazendo qualquer coisa antes das aulas começarem no lugar de estar preso com Harrison e seu complexo de Deus.
— Jamie Everest, recém-chegada. Tinha aulas em casa na cidade em que morava, agora precisa de um tutor.
Dominic arregalou os olhos e sentou-se ereto na cadeira. Harrison assistiu aquilo extasiado.
— Você não tem ideia do prazer que sinto vendo o seu desespero, London. — Regozijou o homem. Foi a vez do diretor se jogar em sua cadeira e olhar para Dominic com superioridade.
— Eu não sou um tutor. — Dominic finalmente falou, sua voz sempre tão imponente e acompanhada de respostas espertinhas não parecia tão confiante naquele momento.
O diretor sorriu ao perceber o tremor na voz do rapaz. Desestabilizar o marginalzinho era uma vitória.
— Discordo. Você é a melhor opção. — Riu fazendo o maxilar de Dominic se apertar. — Tem excelentes notas, é popular, todo mundo conhece você, por isso ela vai conseguir se enturmar rapidamente. E... — Harrison levantou o dedo — Você vai odiar cada segundo disto. E esta é a parte que mais me diverte, Dominic.
Dom começou a sentir um incômodo nos seus dentes, começavam a ficar doloridos, foi quando percebeu que apertava-os com força demais. Suas mãos também estavam fechadas em punho. Queria socar a cara do diretor. Aquela raiva queimando dentro dele, sempre lá, pronta para sair e causar danos. Não sabia bem o motivo, apenas a sentia. Como se nunca se encaixasse em lugar nenhum.
— Ela é cega? Surda? — Perguntou, tentando relaxar. Se ela estudava em casa tinha algum problema. — Tem alguma deformação? É burra?
— Nada disso. Jamie é muito inteligente mesmo hum... com sua condição, enxerga bem e entre suas aptidões está a prática de piano, dificilmente é surda. — Continuava a analisar a ficha. — Oh! Aqui diz que é muito boa em piano. O que realmente é uma vitória dado o seu diagnóstico.
— Grande coisa. — Resmungou Dominic. Pouco se importava se ela tocava piano, ele também tocava, isso não fazia de ninguém um prodígio.
— Bem, então ela precisa de um tutor para quê? — Questionou sem entender o motivo para a menina precisar de uma babá.
— Você já ouviu falar em dislexia?
Ótimo! Simplesmente perfeito.
— Pela sua cara de desespero, vejo que sim. — O diretor mal cabia em si de tanta felicidade. — Jamie tem dislexia. Não sabemos com exatidão o grau, seus pais não foram hum... muito participativos no momento em que a matricularam, mas a mãe entende que o fato da senhorita Everest ter dislexia e nunca ter convivido em um ambiente escolar pode ser muito estressante para ela, por isso ela...
— Não me interessa o que a mãe dela pensa, não serei tutor desta garota. Não concordo com nada disto. — Cruzou seus braços para pontuar a sua decisão.
— Quando falei mãe, estava me referindo a Anne London. Sua mãe. Conselheira do corpo estudantil. Sua mãe, Dominic. — Explicou como se Dom fosse aquele com problemas de assimilação.
— Isso não pode estar acontecendo. — O rapaz escorregou pela cadeira encolhendo um pouco, para maior satisfação do diretor. O que sua mãe estava fazendo? O que diabos ela queria com aquilo tudo? Castigá-lo? Dar-lhe uma lição?
— Eu garanto que está. Sua mãe pensa que você sendo excelente em inglês e literatura, poderá ajudar a senhorita Everest uma vez que seu maior desafio são nestas disciplinas, nas outras ela é decente levando em consideração que foi ensinada em casa. Nenhum gênio como você, é claro, mas a menina é aplicada. Dada toda a sua situação é realmente muito inteligente.
— Eu não serei babá de gente problemática. — Dom levantou-se saindo em direção a porta. — Vou falar com a minha mãe, ela vai voltar atrás.
— É isso ou você está fora, London. — E lá estava novamente o gosto doce da vitória na boca de Harrison. — Sua mãe mencionou a escola militar. Eu acho que o uniforme substituirá muito bem a sua jaqueta de couro e o sorriso de merda na sua cara, rapaz.
O ano estava começando e Dominic London tinha certeza que seria o pior de sua vida.
Muitas coisas aconteceram em 1960.Os Estados Unidos romperam suas relações diplomáticas com Cuba, Iury Gagarin torna-se o primeiro homem a ir ao espaço, o filme Spartacus de Stanley Kubrick foi lançado.A pílula anticoncepcional foi inventada, os Beatles se formaram, aumentaram os protestos nos EUA contra a guerra do Vietnã ...E Dominic e Jamie se casaram.Novamente, para você, pode não ser um acontecimento importante, mas para eles, foi no mínimo, o dia mais feliz de suas vidas.— Oh! Pelo amor dos céus, Jamie, eu vou espetá-la. — Faith brigou enquanto tentava manter a menina quieta.— Estamos no dia do casamento e você ainda quer mexer no vestido, Faith. Assim não conseguirei respirar. — Jamie chorou.— Não mandei você inverter a ordem das coisas. Se tivesse esperado, não precisaria esco
Arrancando a página do diário, Jamie sorriu e levou o papel até seus lábios, beijou, deixando as lágrimas caírem enquanto absorvia cada uma das palavras de Dominic. A amava. Dominic a amava!Sem querer esperar nem mais um segundo, ela correu descendo as escadas, pronta para ir encontrá-lo. De pijamas e descalça.— Menina? Aonde vai? — A governanta perguntou quando viu Jamie abrindo a porta da frente e saindo.— Onde está Leo, Ger? — gritou a pergunta do lado de fora da casa. Gertha a seguiu preocupada por sua atitude.— Leopold não voltou ainda... — avisou à menina.— Então eu vou de bicicleta mesmo. — Jamie deu de ombros e correu para a garagem.— Aonde? Por que está com o rosto tão inchado, estava chorando... E, no entanto, está sorrindo?— Estou bem, Ger. — Jamie
— Alguma notícia dele, Lindy? — Anne esfregavam suas mãos uma na outra enquanto perguntava aflita. Tudo havia voltado.Com a saída de Jamie da escola, e a recusa dela ver qualquer um dos London ou Stuart, Dominic havia voltado aos velhos hábitos, mas todos temiam ser pior daquela vez, se antes Dominic era um rebelde sem causa. Seu coração partido conseguiria fazer um estrago ainda maior.— Sim, ele está bebendo nos trilhos perto do cais, Tom e Sam estão tentando convencê-lo a voltar para casa, acalme-se, mamãe. Ele só está sofrendo. Vai passar.— Ele está pior do que antes, Lindy. Eu não o reconheço. — Anne chorou desolada. Nunca tinha colocado a responsabilidade pela mudança de Dominic em Jamie, mas não podia negar que estava aliviada quando os dois estavam namorando. Dom era outra pessoa desde que havia se apaixona
Encostado em seu Cadillac Fleteword preto estava Richard Joseph Stone II, a cópia de Dominic London, só que de outra escola.Seu cabelo loiro, quase branco era puxado para trás e com muito gel deixava as meninas malucas e suspirando por ele. A junção de seu carro rápido e de primeira linha e uma jaqueta de couro fazia com que filas de garotas crescessem. Para Dom, ele não passava de um sósia. Inclusive, Rick fazia questão de estar com cada garota que Dominic tivesse descartado. Foi assim com Mona, por exemplo.E quando ele colocou os olhos na pequena, delicada e cheirando a carne nova Jamie Everest, não foi diferente. Ele a quis mesmo antes de saber que Dominic esteve com ela. Sua inocência e beleza eram motivos mais do que suficientes para que ele a percebesse.Quando Jamie percebeu que Rick a olhava, se colocou novamente em seu personagem e o encarou, não consegui
Jamie não foi para a escola na semana seguinte.Lindy e Faith tentaram visitá-la, mas foram recebidas por Gertha. Dissera que a menina estava indisposta e não podia receber visitas. As meninas não acreditaram, mas o que poderiam fazer? Impor sua presença quando Jamie não queria?— Diga apenas que sentimos a falta dela, Gertha. — Lindy solicitou recebendo um sorriso apologético da governanta.— Aqui — Faith puxou alguns cadernos e livros da bolsa e entregou para a mulher —, Consegui as anotações das aulas para ela não perder demais.Na verdade, quem conseguira as anotações fora Dominic, eram dele. Pediu a Faith que reescrevesse cada uma delas para que Jamie não reconhecesse a sua caligrafia. Faith via o sofrimento do rapaz e a cada dia que passava se solidarizava mais com ele, logo, tornou sua missão ajudar Dom a recuperar a sua g
Enquanto ele assistia Jamie cavalgar para longe só conseguia pensar que perdera a sua garota.— Jamie... — Sussurrou para ninguém. Estava completamente sozinho lá.Demorou tanto para acostumar com as sensações que a paixão havia desencadeado dentro dele, e então estava tendo que lidar com os sentimentos de perda.Perdera Jamie?Ele sentou em um tronco de árvore cortada e deitado no chão e fixou seu olhar na pata traseira do cavalo. Ali ele pensou em como poderia reparar a besteira feita. Quando se deu conta do que a menina dissera, que ele não poderia mais beijá-la e nem estar perto dela...Revoltava-lhe o estômago só em saber que ele não poderia se aproximar, nem protegê-la. Como faria para ajudá-la nas aulas agora?Entrariam em período de provas, ela precisava estudar.O que foi que eu fiz?
Último capítulo