O dia avançou lentamente, mas dentro da mansão o tempo parecia suspenso. Cada relógio marcava horas diferentes, como se nem mesmo os objetos concordassem sobre quando o mundo deveria seguir em frente.
Amara percebeu isso quando ergueu os olhos do monitor e piscou, sentindo a vista arder. Havia passado mais tempo ali do que imaginava. Planilhas, registros de ligações, nomes cruzados com datas e locais — tudo se misturava num emaranhado que parecia propositalmente confuso.
— Eles sabiam — murmurou, mais para si do que para Dante.
Ele não perguntou o quê. Apenas se aproximou, apoiando as mãos na mesa, observando a tela por cima do ombro dela.
— Sabiam o quê?
— Que matar Rafaelle não bastava — respondeu Amara, o dedo deslizando pela lista de contatos. — Isso aqui… — ela apontou — não é só intimidação. É limpeza.
Dante estreitou o olhar.
— Explique.
Amara respirou fundo, organizando os pensamentos. — Rafaelle tinha encontros marcados com três pessoas nas últimas quarenta e oito horas. Dois