A noite caiu sobre a mansão como um véu espesso, abafando sons e distorcendo certezas. As luzes externas foram reduzidas ao mínimo necessário, e os homens de Dante se moviam como sombras bem treinadas, silenciosos, atentos a qualquer irregularidade.
Amara observava tudo do alto da escadaria, os braços cruzados, a mente longe demais para o corpo. A ligação ainda ecoava na cabeça dela.
Hoje à noite, alguém vai cair.
Não era um aviso. Era uma promessa.
— O carro está pronto — disse Dante atrás dela, a voz baixa, firme.
Amara não se virou de imediato.
— Você ainda pode desistir — respondeu. — Mandar só seus homens.
— E deixar você aqui sabendo que algo pode acontecer? — Ele deu um meio sorriso frio. — Não subestime minha necessidade de controle.
Ela finalmente se virou, encarando-o. — Nem a minha de estar presente.
Por um segundo, os dois se estudaram. Não como marido e mulher. Não como amantes. Mas como aliados forjados na violência e na desconfiança.
— Muito bem — Dante cedeu