O cheiro de pólvora ainda impregnava o ar quando Dante empurrou a porta lateral do prédio com violência controlada. A rua estava deserta demais. Limpa demais. O tipo de silêncio que não significava segurança, apenas espera.
— Para o carro, agora — ele ordenou.
Amara não discutiu. O corpo ainda vibrava com a descarga de adrenalina, mas a mente estava fria. Calculista. Aquilo já não era mais choque — era entendimento.
Os pneus cantaram baixo quando o veículo arrancou. Nenhuma perseguição. Nenhuma sirene. Nada.
— Isso foi um recado — Amara disse, finalmente. — Não para o conselho. Para nós.
Dante manteve os olhos fixos à frente. — Foi um teste. Eles queriam ver quem sobreviveria.
— E quem reagiria.
Ele assentiu.
Só quando a mansão surgiu ao longe Dante permitiu que o ar deixasse os pulmões com mais força. O portão se abriu rápido demais — sinal de alerta máximo.
Homens armados. Rádios chiando. Olhares tensos.
— Tranca tudo — Dante ordenou ao descer. — Ninguém entra, ninguém sai sem minha