O sol mal começava a se erguer no horizonte quando Amara acordou, os primeiros feixes de luz atravessando as cortinas do quarto.
Por um segundo, o silêncio quase a enganou.
Poderia parecer uma manhã normal… se não fosse o fato de estar presa num casamento forjado, em meio à máfia, rodeada de inimigos e com um homem ao lado que tanto odiava quanto desejava.
Virou-se devagar, os olhos azuis se encontrando com a figura de Dante, ainda deitado ao seu lado.
Ele estava acordado, é claro.
De olhos abertos, o braço sob a cabeça, o outro pousado relaxadamente sobre o abdômen, a camiseta preta justa ao corpo, os cabelos ligeiramente bagunçados.
Mas os olhos cinza já estavam atentos, como se não dormisse direito há dias.
O executor do Conselho, o maldito "Lobo de Palermo", sempre alerta.
— Está me encarando faz quanto tempo? — ela perguntou, a voz rouca de sono, mas carregada de ironia.
Dante não sorriu, mas o brilho cínico nos olhos entregou o humor.
— O suficiente para saber que você