Mundo ficciónIniciar sesiónJulietta sempre sonhou em crescer na Vértice Global, mas um erro bobo colocou seu nome direto na mira do homem mais temido da empresa: Heitor Vasconcellos, o bilionário que transformou um império em reino particular. Arrogante, frio e obcecado pelo controle, ele a acusou de persegui-lo… e, desde então, parece não conseguir tirá-la dos olhos. Entre reuniões sufocantes, acusações inesperadas e encontros que a deixam em colapso, Julietta descobre que entrar no “andar proibido” do CEO pode ser o maior risco — e a maior tentação — da sua vida. Mas até onde ela pode resistir quando o próprio patrão passa a testar seus limites… e seu coração?
Leer másHeitor Vasconcellos entrou no prédio da Vértice como se fosse dono do mundo. O terno impecável, o olhar frio e a confiança que emanava dele faziam qualquer um parar para observar. Poder e carisma escorriam de cada gesto. Herdara a beleza do rosto, mas o corpo era resultado de disciplina e ambição — e ninguém ousava ignorá-lo.
Naquele dia, o ambiente da empresa estava em ebulição. O motivo? O jovem CEO havia sido eleito pela revista Visão de Sucesso como “Bilionário Influente do Ano”. Era a consagração oficial de um império que só crescia.
— Parabéns, Sr. Vasconcellos — disse Augusto Ribeiro, executivo sênior, entregando-lhe um buquê imenso em nome de todos os funcionários.
Heitor recebeu as flores com um sorriso contido, quase calculado.
— Obrigado, Sr. Ribeiro. — E seguiu cumprimentando os empregados que se apressavam em felicitá-lo, como súditos diante de um rei.
No elevador, apertou o botão do último andar, seu reino particular. O hall da presidência era de tirar o fôlego: mármore branco com veios dourados, móveis extravagantes, quadros de artistas renomados e as paredes laterais cravadas com painéis dourados onde brilhava, em letras pesadas, “Vértice Global”.
Assim que entrou em sua sala, foi seguido pela secretária, Jade Nogueira. Discreta, impecável, ela abriu a agenda.
— Senhor, o canal de negócios Padrinho Rico solicita uma entrevista. Que dia devo confirmar?
Heitor apenas inclinou o queixo, sem levantar o olhar dos papéis.
— Quinta. — Passou instruções rápidas e finais. Heitor não gostava de repetições, nem de conversas inúteis. Bastava obedecer às notas deixadas. Jade sabia a regra: nunca permanecer diante dele mais do que o necessário. Numa reverência silenciosa, saiu da sala.
Enquanto isso, em outro andar, Augusto reunia a equipe de finanças. Explicou a proposta orçamentária e, ao final, pediu a Julietta — sua funcionária favorita — que encaminhasse as atas para o gabinete do chefe.
Julietta congelou. Desde o primeiro dia sonhava em conhecer o famoso último andar, aquele território proibido que todos descreviam como um templo do luxo e da frieza de Vasconcellos. Mas a bolha estourou rápido: os documentos só poderiam ser enviados pelo office boy.
Ela caminhava distraída, frustrada, até esbarrar em Rita, a colega falante que vivia se metendo em tudo. Os papéis caíram no chão.
— Ei, olha por onde anda! — disse Rita, rindo. — Que cara é essa?
Julietta pegou os documentos às pressas, tentando disfarçar. Mas Rita percebeu.
— Está escondendo alguma coisa.
— Só queria, por um minuto, subir naquele andar… ver com os próprios olhos o escritório dele. — O tom de Julietta era um misto de desejo e desespero.
Rita riu.
— Quem não quer? Eu mesma quase desmaiei hoje cedo quando ele me devolveu um sorriso. Você acredita? Fiquei paralisada feito uma idiota!
Julietta suspirou, derrotada.
— Queria ser aquele office boy, só por hoje.
— Você acha que alguém consegue subir fácil lá em cima? — Rita balançou a cabeça. — Nem pensar. Os arquivos ficam numa cabine perto das escadas, e é a secretária dele quem recolhe mais tarde. Nem recepcionista existe naquele andar.
— Nossa, isso soa meio… sinistro. Mas por quê? Algum mistério? — Julietta arregalou os olhos.
— Nada de sobrenatural. Ele só odeia gente vagando por perto durante o expediente. Por isso existe uma trava biométrica, e o código é trocado com frequência. Questão de segurança.
Julietta bufou.
— Pobre secretária… só vê quatro paredes o dia inteiro. Que tédio.
— E Ele. — Rita piscou, maliciosa. — Pronto, já temos uma nova meta: entrar naquele andar proibido e conhecer nosso chefe enigmático.
— Fechado. Vamos ver quem consegue primeiro.
As duas riram juntas, como se fosse apenas um jogo. Mas o destino já tinha escolhido a vencedora.
Minutos depois, Julietta recebeu um e-mail de Augusto Ribeiro: “Reunião individual com o Sr. Vasconcellos sobre os arquivos enviados. Código e horário em anexo.”
Por um instante, ela ficou paralisada, encarando a tela. O coração disparou. Chamou Rita imediatamente.
— Isso só pode ser uma pegadinha! — Rita arregalou os olhos ao ler. — O Sr. Ribeiro costuma brincar assim com você?
— Nunca! — Julietta mal conseguia respirar. Olhou o relógio: faltavam apenas dez minutos.
— Então corre! E não se atrase, ouviu? CEOs são obcecados por pontualidade. Se vacilar, ele pode te demitir na hora. — Rita tentava parecer firme, mas estava tão nervosa quanto a amiga.
— Não, não, não… — Julietta tremia.
— Ei, respira! — Rita a segurou pelos ombros. — Ele só deve querer esclarecimentos sobre o orçamento. Você consegue. Nosso chefe não vai te devorar. Vai lá, Julietta.
Mas Julietta não se acalmava. Seu coração batia como um tambor de guerra. O desejo de conhecer o último andar agora parecia um castigo. Mesmo assim, ela reuniu coragem, subiu no elevador e digitou o código secreto.
O bipe soou. A porta se abriu.
Julietta engoliu o ar como se mergulhasse num outro mundo. O impacto foi imediato: mármore branco com veios dourados, um lustre monumental brilhando como joias no teto, móveis dignos de um palácio e paredes que misturavam estilos arquitetônicos de diferentes séculos. Aquilo não era um escritório. Era um império.
“Superestimado? Nada…”, pensou, maravilhada. “Ele tem gosto impecável.”
Jade Nogueira surgiu do cubículo, elegante e fria.
— O Sr. Vasconcellos a aguarda.
Julietta sentiu o estômago se revirar. Fechou os olhos, respirou fundo, e com mãos trêmulas bateu na porta do homem que todos temiam… e desejavam.
Sábado de manhã O evento estava começando na escola do Lucas. Ele olhava nervoso para a porta. Cada criança era chamada para entrar com a mãe e sentar no lugar correspondente. O nome de Lucas foi ignorado — a Sra. Ross tinha mandado uma mensagem para a professora sobre a surpresa. Finalmente, ao chamar o nome dele, ele se levantou com o coração apertado. Olhou mais uma vez para a porta… e viu alguém atrás de um monte de balões que escondia o rosto. Curioso, ele avançou. Julietta espiou por trás dos balões, mostrou o rosto… e Lucas correu gritando seu nome. Julietta passou os balões para a Sra. Ross e correu para pegá‑lo no colo. Eles não conseguiram conter as lágrimas de alegria. Ela girou com ele nos braços. Todas as pessoas na sala sorriam com aquele
Quando acordaram no meio‑dia, já que mal haviam dormido, Heitor admirava a beleza da mulher com quem havia compartilhado uma noite incrível. Seu coração nunca estivera tão pleno, feliz, contente. Ela abriu os olhos lentamente, ajustando‑se à luz do dia. Ele bloqueou o sol para ela. Ela deu um sorriso tão lindo que aqueceu todo o peito dele. Ele passou a ponta dos dedos nos cabelos finos dela na testa, apreciando a pele dela — as poucas sardas, as bolinhas rosadas de acne — tudo perfeito.— Como você consegue não me afastar quando está com raiva de mim? — Julietta perguntou, voz firme.— É simples. Amamos e lutamos juntos. — Heitor beijou seus olhos. — Nunca passou pela minha cabeça te manter longe. O trajeto de carro foi absolutamente silencioso. Quando chegaram à casa no meio da mata, a chuva começou a cair com força e a escuridão desceu rápido. Julietta mantinha uma expressão indecifrável. Heitor desceu do carro, Julietta ficou parada. João ao lado dela quebrou o silêncio: — Com medo de ficar sozinho com ele? Tá achando que ele vai te machucar? Ela balançou a cabeça: — Nunca. — Então se nem você acha isso… o que te incomoda? — Ele insistiu. — Eu me odeio por teCapítulo 76
— GIA! PELO AMOR DE DEUS! — berrou.Gia correu. Examinou pulso, respiração, abriu as vias aéreas. Ter uma médica ali era a única esperança.Heitor jamais se sentiu tão impotente. O desespero que tomava conta dele era maior que qualquer dor física. Suava, tremia, apertava a mão de João com tanta força que os dedos do amigo ficaram brancos. Mas João não reclamou — sabia exatamente o que aquilo significava.Heitor viveu anos fechado, sozinho. Depositou tudo que sentia em Julietta. Se algo acontecesse com ela, nada mais o salvaria do buraco.Gia começou a ventilação boca-a-boca, intercalando com compressões no peito.
Sentou ao lado de Heitor, que assistia a algo no celular de João.— Vou colocar essa como papel de parede. A expressão dele me dá prazer — brincou João.— Prazer… de culpa — corrigiu Heitor, rindo.— Ou então vou postar com a legenda: “Se ser atingido pela própria arma tivesse um rosto” — João gargalhou.— O quê? Mostra aí — Camila se intrometeu, curiosa.Era a foto de Heitor entregando um prêmio a Julietta num evento da ONU.— Essa é a Julietta? — ela perguntou, surpresa. João assentiu. Heitor apresentou Alan, Jamie... e simplesmente ignorou João. Depois apontou para as meninas:— Amanda — a noiva —, Gia e Jane.João fez drama:— Alô? Eu sou o gato irresistível que nem precisa de apresentação! — estendeu a mão para Julietta. Heitor deu um tapa na mão dele e saiu puxando Julietta.Todos riram da provocação. Julietta olhou por cima do ombro e gritou:— Oi, Sr. Arrogante! — acenou com um sorriso, enquanto era arrastada.— Pelo menos ela tem educação — João murmurou, divertido.CoCapítulo 73
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