O quarto ainda guardava o cheiro da chuva.
Lençóis revirados, o ar quente, o silêncio denso — como se o mundo lá fora tivesse parado só pra dar tempo de eles respirarem de novo.
Rose estava deitada de lado, os cabelos espalhados sobre o travesseiro, o corpo coberto por metade do lençol.
Pedro, ao lado dela, observava cada detalhe como quem ainda não acreditava no que tinha acontecido.
O rosto dela relaxado, a respiração leve, o contraste da força que vira antes com a vulnerabilidade que agora dormia em sua cama.
Ele passou os dedos devagar pelo contorno do braço dela, sem tocar de verdade — só acompanhando o movimento da pele sob a luz fraca do abajur.
O coração dele ainda batia forte, e não era só pelo que tinham feito.
Era pelo que vinha depois.
Rose abriu os olhos devagar, como quem desperta de um sonho que não quer terminar.
Demorou alguns segundos pra lembrar onde estava — o lençol, o corpo dele, o calor ao redor.
A realidade veio como um choque suave, quase um beijo.
— Pedro… —