Capítulo 48– Um bom dia diferente.
O relógio marcava quase seis da manhã quando Pedro despertou.
Por um instante, não reconheceu o teto acima dele. O cheiro no lençol denunciou antes que a memória o alcançasse — era o perfume de Rose, suave e inconfundível.
Ela não estava mais ali.
Virou-se na cama, o corpo ainda quente do que restava da noite anterior.
O travesseiro ao lado estava amassado, o cobertor jogado de qualquer jeito.
Por um momento, ele só ficou ali, olhando o espaço vazio e sorrindo sozinho.
Era a primeira manhã em muito tempo em que acordava sem peso, sem silêncio, sem pesadelos.
Levantou-se devagar, vestiu a calça de moletom e desceu as escadas.
A mansão estava quieta, o sol ainda tímido nas janelas.
Ele passou pela cozinha e viu uma bandeja deixada sobre o balcão — café pela metade, um pedaço de pão mordido.
Ela tinha passado por ali.
Seguiu o instinto.
O corredor que levava à academia estava meio iluminado, e antes mesmo de chegar à porta, ele ouviu: o som do chuveiro ligado, o eco da água batendo no pi