A chuva caía fina do lado de fora, batendo contra as janelas da mansão como se o mundo ainda estivesse tentando esfriar o que eles haviam acendido.
Rose estava sentada na beira da cama, de camiseta larga e cabelo ainda úmido. Tentava se concentrar no relatório de segurança aberto sobre o tablet linhas e mais linhas que ela lia sem realmente enxergar.
As mãos tremiam levemente, o corpo ainda lembrava o calor dele, o toque, a entrega que passara da linha há muito tempo.
Suspirou, fechando o arquivo.
“Profissionalismo”, repetiu para si mesma, como um mantra que já não tinha força.
Mas o som da chuva não ajudava.
Nem o eco da voz dele na memória.
Quando a maçaneta girou, o coração dela errou o compasso.
— Achei que tinha deixado claro que eu não queria interrupções — disse, sem olhar.
A porta se fechou atrás dela, devagar.
A voz que respondeu era baixa, rouca, quase um murmúrio.
— Então me explica por que trancou a porta se sabia que eu viria.
Rose levantou o olhar — e lá estava Pedro.
Ca