O ar da delegacia ainda pesava nos pulmões de Rose quando ela cruzou o hall em direção à saída. Cada passo ecoava como se estivesse pisando dentro de lembranças que não queria reviver. O nome de Will ainda vibrava em sua mente, repetindo-se como uma cicatriz que jamais cicatriza de verdade.
Henrique a alcançou na porta, chamando baixo, mas firme:
— Rose.
Ela parou, o corpo inteiro enrijecendo, os olhos duros quando se viraram para ele.
— Não é hora, Henrique.
Ele respirou fundo, como quem pesa as palavras. — Eu sei. Mas precisava dizer… não imaginei que te veria assim. Guardando outro homem, outra vida.
Rose manteve o rosto impassível, mas por dentro a frase lhe atingia.
— É o meu trabalho. — rebateu, sem abrir brechas.
Henrique se aproximou um passo, os olhos carregados de algo que misturava saudade e culpa. — Ainda penso no Will. Ele era meu amigo. E você… você era a única que conseguia arrancar um sorriso verdadeiro dele.
O coração de Rose deu um salto. Ela respirou fundo, as unhas