A noite caiu arrastada sobre a mansão.
As luzes amareladas dos corredores não traziam conforto, apenas lembravam a Rose que cada canto daquela casa era vigilância — não só pelos seguranças, mas pelos olhos atentos de Pedro.
Ela trancou-se no quarto, sentou-se na beira da cama e respirou fundo. A frase que jogara contra ele no carro ainda ecoava: “Nem tudo que carrego precisa ser dividido.”
Sabia que tinha sido dura. Mas, se não fosse, teria sido fraca. E fraqueza não era uma opção.
Na mesa de cabeceira, a moldura discreta da foto da mãe a fitava. Rose passou os dedos sobre o vidro, como quem busca um contato impossível. O rosto sereno da mãe parecia dizer tudo o que ela não conseguia.
— Você teria orgulho de mim? — murmurou, a voz embargada. — Ou acharia que eu só aprendi a construir muros altos demais?
O peito doeu. Uma lágrima ameaçou cair, mas Rose a conteve com brutalidade. Não permitiria.
Do outro lado da mansão, Pedro não conseguia dormir.
Estava sentado em frente ao notebook, a