Rose acordou antes do amanhecer. O corpo reagia por instinto: levantar, correr, treinar. Mas a mente estava inquieta, repetindo cenas que preferia esquecer. O olhar de Pedro na noite anterior, aquele meio sorriso arrogante misturado com algo mais humano, ainda queimava como brasas em sua memória.
Vestiu a calça preta justa e a regata de treino, prendeu o cabelo num coque firme e seguiu para a academia da mansão. A cada passo, o coração batia rápido, como se o simples fato de se manter ocupada fosse a única maneira de afastar a confusão que Pedro causava nela.
O saco de pancadas balançava com cada golpe forte. Socos, chutes, joelhadas. Rose descarregava a raiva que nem sabia nomear. Era ódio? Era medo? Era atração? O eco do impacto ressoava pelo salão silencioso, quebrando o ar carregado de madrugada.
Mas, sem perceber, ela não estava sozinha.
Pedro encostara-se à porta, de braços cruzados, observando. O cabelo desalinhado denunciava que acabara de sair da cama, mas os olhos… os olhos