A manhã nasceu azul.
Um azul tão profundo que parecia ter sido pintado à mão, misturado com o branco das ondas que quebravam preguiçosas na areia.
Rose abriu os olhos devagar.
O quarto ainda cheirava a maresia e flor-do-dia — o perfume da ilha.
Pedro dormia ao lado dela, o peito subindo e descendo num ritmo que acalmava qualquer pensamento.
Ela ficou ali, observando-o, o sol desenhando contornos no rosto dele.
Era bonito demais pra ser só um homem — e humano o bastante pra fazê-la esquecer tudo o que o mundo exigia.
Pensou em como tudo mudara: o corpo dele, agora seu porto seguro; o amor, que antes era guerra, agora era descanso.
Pedro abriu os olhos e a encontrou olhando.
— Tá me espionando de novo? — perguntou, a voz rouca de sono.
— Tô me certificando de que não acordei num sonho. — respondeu ela, com um sorriso.
— Se fosse sonho, eu também não ia querer acordar.
Ele esticou o braço, puxando-a pra perto.
Rose se aninhou no peito dele e ficou ali, ouvindo o som do mar misturado ao c