O sol nasceu preguiçoso, espalhando faixas douradas pelo quarto ainda cheio de flores do casamento.
Rose despertou antes de Pedro.
O anel cintilava no dedo dela, e o lençol leve cobria apenas o necessário para que o ar da manhã se misturasse ao cheiro dele — e à lembrança da noite anterior.
Na mesinha, havia um envelope.
Em letras firmes:
> “Não pergunta pra onde. Só vem.”
Rose sorriu, balançando a cabeça.
Com Pedro Nascer, a vida nunca seria previsível.
Ele surgiu na porta, cabelo bagunçado, camisa aberta, o sorriso de quem carrega um segredo.
— Tá pronta pra desaparecer comigo por uns dias?
— Isso é um sequestro?
— É uma lua de mel. — respondeu, aproximando-se. — A diferença é que dessa vez você não precisa me render.
Ela riu, e o riso se transformou em beijo — lento, de despedida da rotina.
Quando se separaram, Pedro sussurrou:
— As malas já estão no carro.
---
O aeroporto particular era silencioso, envolto pelo brilho do asfalto quente e o cheiro de querosene misturado a lavanda.