O jardim ainda respirava festa.
As luzes continuavam acesas, balançando no vento leve da tarde, e as flores — cansadas, mas vivas — exalavam o perfume doce do fim.
As cadeiras vazias, as taças esquecidas, o piano agora em silêncio: tudo parecia guardar a lembrança do “sim” que mudara duas vidas.
Rose estava descalça.
O vestido ainda molhado pela chuva fina pesava nos ombros, mas o sorriso dela era leve como o ar depois de um temporal.
Caminhava devagar entre as flores, o véu arrastando pelo chão, e cada passo parecia uma despedida da mulher que fora — e uma saudação à que se tornava agora.
— Sabe o que é engraçado? — perguntou, sem virar o rosto.
Pedro veio logo atrás, o paletó pendendo dos ombros, o olhar sereno.
— Que você ainda tá linda, mesmo com o cabelo molhado.
Ela riu. — Engraçado é você achar que vai escapar de me ajudar a limpar tudo isso.
Ele se aproximou, abraçando-a por trás, o queixo encostando no ombro dela.
— Eu te ajudo, se prometer não sair mais correndo do altar.
—