Na manhã seguinte, o céu ainda estava pálido quando Clara passou no chalé para buscá-la. Tinham combinado de dar uma passada rápida na obra antes de seguir para o mercado. Madeleine prendeu o cabelo num coque desleixado, enfiou os pés nas botas e vestiu o casaco mais grosso que tinha.
— Pronta? — perguntou Clara, já sorrindo.
— Quase — disse ela, fechando a porta atrás de si. — Só estou tentando convencer meu corpo de que nove da manhã com -7°C é um bom horário pra viver.
Clara riu.
— É um ótimo horário. Desde que venha com café.
O canteiro de obras estava mais animado do que de costume. Homens circulavam com ferramentas e peças de madeira, as primeiras fundações visíveis nas estacas fincadas no solo gelado. Clara falou com dois engenheiros e tirou fotos para o relatório semanal.
Madeleine andou pelo terreno com cuidado, observando onde ficaria cada ala. Em sua cabeça, já via a parede viva crescendo em verde, os vidros absorvendo luz e os painéis captando energia silenciosamente. O fu