Capítulo 78

Estela

A primeira noite em casa chegou com um silêncio novo.

Não era o mesmo silêncio tenso do hospital, cheio de bipes e passos apressados. Era um silêncio de lar.

Gui fechou as janelas com cuidado, apagou algumas luzes e deixou só o abajur aceso no nosso quarto. Eu estava deitada, com Luiza aninhada sobre meu peito, escutando o som do seu narizinho respirando de leve.

— Tá tudo bem aí? ele perguntou, voltando do banheiro com a toalha nos ombros.

— Tá sim. Só tô… absorvendo tudo.

Ele se sentou ao meu lado na cama e passou os dedos devagar pela minha perna, depois parou e encostou o queixo no meu ombro.

— Parece um sonho, né?

— E se for, por favor, não me acorda.

Nosso primeiro banho foi mais longo do que deveria. A água morna aliviava as dores, mas também lavava a tensão dos últimos dias.

Depois, com Luiza entre nós no bercinho portátil, nos entreolhamos em silêncio, como se disséssemos: sobrevivemos.

Na madrugada, ela choramingou baixinho. Era fome.

Gui foi mais rápido do que eu. Pe
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