Estela
A música ao fundo trocou para um jazz sensual, com saxofone e batida marcada. Guilherme continuava parado na minha frente, os olhos percorrendo cada detalhe da minha transformação. Mas não era o meu visual que o deixava sem chão — era minha postura. Meu silêncio. Meu autocontrole.
— Estela, a gente precisa conversar, ele disse, se inclinando um pouco, como se eu fosse fugir a qualquer momento.
— Já estamos conversando, Guilherme, respondi sem pressa, cruzando as pernas com elegância.
Ele franziu o cenho, claramente incomodado com a minha calma.
— Eu tô falando sério. Aquilo que aconteceu... no alojamento... ele respirou fundo — eu perdi o controle. Mas foi real. Você sabe disso.
— Real pra quem? sorri de canto. — Pra você, talvez. Pra mim, foi só
um alerta de que eu não tô mais disposta a aceitar migalhas.
Ele abriu a boca, mas fechou de novo. E então, como um sopro de leveza, Jordan apareceu ao meu lado com dois drinks.
— Aqui está. Um pra minha dama misteriosa de cabelos verm