Capítulo 18

Estela

Respirei fundo e afastei o rosto após aquele beijo forçado. Limpei a boca com o dorso da mão, sentindo mais raiva do que desejo.

— Acabou, Guilherme, disse, me levantando do sofá.

Ele se ergueu também, confuso.

— Estela, espera…

— Eu não vou dormir com você. Não assim. Não depois de tudo o que você fez.

Peguei minha bolsa, ajeitei o cabelo e encarei aquele peito nu e molhado que um dia me tirou o ar agora, não passava de memória.

— Fica bem, Guilherme. Mas me esquece. Volta pro Brasil e me deixa viver.

Ele abriu a boca para responder, mas eu já caminhava até a porta. Parei antes de sair, sem olhar para trás:

— Você me perdeu quando me tratou como segredo. Agora sou eu quem escolhe dizer adeus.

Saí do quarto com o coração batendo forte. Não por ele

. Mas por mim. Pela mulher que estou me tornando.

Na faculdade – hall de entrada, perto das mesinhas de madeira

O sol da tarde entrava pelas janelas altas, desenhando sombras quentes pelo chão. Me aproximei devagar e os encontrei ali:
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