Capítulo 16

Estela

Fechei a porta com força, como se isso pudesse apagar a presença dele dali. Mas o gosto dele ainda estava nos meus lábios. O toque. O olhar possessivo. Aquelas palavras…

> “Você é minha, Estela.”

A voz dele ainda vibrava na minha cabeça, misturada com raiva, desejo, dor… e uma vontade estúpida de acreditar naquilo.

Mas não. Eu não podia. Não depois de tudo.

Me sentei na beira da cama, com as mãos tremendo e o peito arfando. E, pela primeira vez desde que cheguei aqui, senti saudade de casa. Do colo da minha mãe. Da voz dela me dizendo o que fazer, mesmo quando eu não queria ouvir.

Desbloqueei o celular, respirei fundo e toquei no contato: mãe ❤️.

Ela atendeu no segundo toque.

— Oi, filha? Tá tudo bem?

Só de ouvir a voz dela, meu choro veio. E com

ele, as palavras, todas atropeladas.

— Mãe... ele veio aqui.

— Ele quem, Estela? a voz dela já soava preocupada.

— O Guilherme. Ele apareceu no meu alojamento, discutimos… eu beijei outro cara antes, na frente dele. E depois ele me bei
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