Estela
Fechei a porta com força, como se isso pudesse apagar a presença dele dali. Mas o gosto dele ainda estava nos meus lábios. O toque. O olhar possessivo. Aquelas palavras…
> “Você é minha, Estela.”
A voz dele ainda vibrava na minha cabeça, misturada com raiva, desejo, dor… e uma vontade estúpida de acreditar naquilo.
Mas não. Eu não podia. Não depois de tudo.
Me sentei na beira da cama, com as mãos tremendo e o peito arfando. E, pela primeira vez desde que cheguei aqui, senti saudade de casa. Do colo da minha mãe. Da voz dela me dizendo o que fazer, mesmo quando eu não queria ouvir.
Desbloqueei o celular, respirei fundo e toquei no contato: mãe ❤️.
Ela atendeu no segundo toque.
— Oi, filha? Tá tudo bem?
Só de ouvir a voz dela, meu choro veio. E com
ele, as palavras, todas atropeladas.
— Mãe... ele veio aqui.
— Ele quem, Estela? a voz dela já soava preocupada.
— O Guilherme. Ele apareceu no meu alojamento, discutimos… eu beijei outro cara antes, na frente dele. E depois ele me bei