O sol da manhã seguinte entrou pela janela do quarto, mas não trouxe calor, apenas uma luz fria que revelava a desordem da noite anterior. Isabella acordou com um sobressalto, o coração ainda um pouco acelerado pela lembrança confusa do beijo. Ela se sentou na cama e percebeu que estava sozinha. O lado de Pedro estava vazio, o lençol amassado e frio. Ele não havia retornado para o quarto.
Com um suspiro, ela se levantou. A primeira coisa que fez foi ir ao quarto do filho. Abriu a porta com cuidado e o encontrou dormindo profundamente, o rosto sereno, alheio a todo o drama dos adultos. Vê-lo em paz lhe deu um momento de calma.
Quando retornou para o seu quarto, a porta se abriu e Pedro entrou. Ele já estava vestido, impecável em uma camisa social e calças escuras, mas seu rosto transmitia um total controle. Não havia vestígio da raiva da noite anterior, nem do desejo confuso do beijo. Havia apenas uma distância gélida. Seus olhos a encontraram, mas não a viram de verdade.
— Te