(Oscar)
A imagem de Isabella, de joelhos, chorando em meio a cacos de vidro, se recusava a sair da minha mente. A dor que Pedro descreveu era tão vívida que eu podia senti-la como se fosse minha. Meu pai. Aquele desgraçado. Ele não apenas a ameaçou; ele a quebrou.
Saí da sala privativa enfurecido, Rafael e Gabriel em meu encalço. Eu não via nada, não ouvia nada além do sangue pulsando, e em meus ouvidos o nome do meu pai ecoando como uma maldição.
O caminho para o escritório do meu pai foi de uma fúria silenciosa. Cada passo que eu dava no mármore polido do lobby era uma batida surda de raiva contida. Rafael caminhava ao meu lado, o rosto sério, uma solidariedade silenciosa que valia mais do que mil palavras. A revelação de Pedro não tinha apenas me chocado, tinha acendido um pavio que queimava em direção a décadas de pressão, de expectativas, da constante sensação de ser uma peça no tabuleiro de xadrez do meu pai, e não um filho.
Não bati na porta do escritório dele. Apen