A fúria que impulsionou Oscar do escritório de seu pai até o prédio de Isabella se transformou em uma ansiedade desesperada durante o trajeto. Cada semáforo vermelho era uma tortura, cada carro lento em seu caminho, um obstáculo para o que mais importava no mundo. Ele não estava mais pensando em negócios, em impérios ou em legados. Estava pensando nela. Na dor que ele, indiretamente, causou. Na mentira que ela foi forçada a contar. No amor que ele quase perdeu.
Ele parou o carro de qualquer jeito em frente ao prédio, sem se importar com a vaga. Não anunciou sua chegada. Apenas entrou, o coração martelando contra as costelas, e torceu para que o porteiro, que já o reconhecia, o deixasse subir.
No apartamento, o clima era de uma calma melancólica. Clara e Patrícia tentavam animar Isabella, que estava sentada no sofá, o olhar perdido, uma taça de vinho intocada na mesinha de centro. A campainha tocou, estridente, quebrando o silêncio.
— Ué, está esperando alguém? — perguntou Pat