(Isabella)
Os dias que se seguiram após aquele final de semana foram uma rotina de trabalho. Mergulhei de cabeça nos projetos que tinha no meu escritório.
Naquela manhã, recebi a visita de Patrícia.
Ela entrou em meu escritório sem cerimônia, era a primeira vez que me visitava lá, para conhecer meu novo local de trabalho. Carregando dois copos de café e um sorriso que vacilou assim que viu meu rosto.
— Ok, pode parar de fingir que está tudo bem — disse ela, colocando os cafés na minha mesa e se sentando na cadeira à minha frente. — Você está com a mesma cara de quem viu um fantasma desde que voltou da casa dos seus ex-sogros. Desembucha.
Eu suspirei, o peso daquela fachada finalmente cedendo. Contei tudo. Contei sobre a tensão, sobre a atuação constante, e então, com a voz um pouco mais baixa, contei sobre o beijo.
— Ele me beijou, Paty. No meio da noite. E o pior... por um segundo, eu correspondi.
Patrícia me olhou, os olhos escuros e expressivos tentando decifra