(Pedro)
A porta se abriu e ela entrou. E, por um instante, o ar pareceu ficar mais escasso. Isabella estava diferente, mais bonita do que o normal. Não era uma mudança drástica, mas sutil. Havia um toque de maquiagem realçando seus olhos, algo que ela raramente usava para vir ao trabalho. Sua roupa, um conjunto preto de corte impecável, era elegante, mas foram os acessórios dourados — um colar fino, brincos discretos — que capturaram a luz e deram a ela um brilho que eu não via há muito tempo.
Eu pretendia começar de outra forma. Dar um "bom dia", talvez perguntar sobre o incidente com a Jessica, mostrar algum tipo de civilidade. Mas ela não me deu chance. Sua ansiedade era uma energia palpável na sala, e ela foi direto ao ponto, a voz fria como uma lâmina de gelo.
— Já está com os papéis do nosso divórcio?
O tom dela me atingiu. Eu estranhei. Onde estava a Isabella gentil e doce, que sempre tinha um sorriso para mim, mesmo nas manhãs mais difíceis? Hoje, ela nem sequer me cumprime