“Não temo a morte nem a traição — temo a mulher que me desarma sem levantar uma arma.” — Fernando Torrenegro
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As paredes do salão ecoavam como um túmulo. A mesa longa estava cercada de homens armados, cada um com seu olhar predador, mas só um deles havia ousado atravessar a linha que jamais deveria ser cruzada.
— Você acha que pode brincar comigo, Salvatierra? — minha voz saiu baixa, quase calma. Isso assustava mais do que gritar.
O traidor manteve os olhos fixos em mim, tentando não tremer. Mas o suor que escorria pelo rosto denunciava. Ele vendeu informações. Pequenas coisas, mas suficientes para abrir brechas no meu império.
Na minha frente, um copo de cristal refletia a luz tênue. Eu poderia esmagá-lo em um gesto, e assim acabar com ele também. Mas preferi saborear o instante. A espera é uma tortura mais eficaz que qualquer bala.
— Eu só… — ele tentou começar.
Levantei a mão, interrompendo.
— Você só condenou a si mesmo.
Silêncio.
O ar parecia cortar. Os outros homens