“Ele me beija como quem luta contra si mesmo, mas cada recuo só prova que já está rendido.” — Luna Castilho
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O som de passos pesados ecoava pelo corredor, como trovões contidos dentro da mansão. Eu estava sentada na beira da cama, as mãos pousadas sobre o lençol, sentindo a vibração no ar. Ele estava furioso. Não precisava enxergar para saber. A raiva de Fernando não é apenas barulho, é uma presença densa, como fumaça que sufoca. Mas, naquela noite, havia algo mais.
O clique da porta se abriu.
Ele entrou.
O ar mudou imediatamente, ficando carregado e tenso.
Não falei nada. A espera sempre me trouxe respostas. E eu sabia que, se permanecesse em silêncio, ele revelaria mais do que gostaria.
Ouvi o som metálico do gelo caindo em um copo. O líquido servindo. Um trago rápido. Outro mais demorado.
— Está acordada. — sua voz não perguntou. Apenas constatou.
— Sempre estou quando você chega. — respondi, firme.
Silêncio.
Ele se moveu pelo quarto como uma fera enjaulada, incapaz de