48: Luna Castilho

“Ele tenta ser pedra, mas até as pedras se quebram — e eu escuto cada rachadura.” — Luna Castilho

🖤

A madrugada sempre foi minha aliada. No escuro, todos se igualam. E para mim, que já vivo na escuridão, as horas da noite são onde escuto mais, sinto mais, compreendo mais. Quando Fernando deixou o quarto, eu soube. Não precisei ouvir a porta fechar para entender. O silêncio que ele deixou era diferente, pesado, denso como uma ausência que grita.

Deitada, mantive os olhos fechados, como se isso fizesse alguma diferença. Respirei fundo. E a cama ao meu lado parecia maior, fria.

Ele tinha o hábito de esconder tudo. Palavras, sentimentos e intenções. Mas o corpo não mente. O ritmo da respiração dele, os passos e a tensão no maxilar quando o silêncio o incomoda. Eu conheço cada fragmento. E naquela noite, Fernando fugia de mim.

Levantei devagar, guiando-me pelos móveis. Meus dedos roçaram a madeira da cômoda, o tecido da cortina e o metal frio da maçaneta. Cada toque era um mapa, e

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