“Eu posso comandar exércitos, calar cidades inteiras e erguer impérios sobre sangue e medo. Mas diante dela… sou apenas um homem condenado a desejar o que jamais poderei possuir.” — Fernando Torrenegro
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Mais uma noite, e para variar, não preguei os olhos. O nascer do sol entrou pelas frestas da cortina como lâminas afiadas dispostas a cortar tudo o que viesse à sua frente, principalmente, o meu coração. Eu me sentei na beira da cama, as mãos ainda doloridas dos socos contra o espelho. O sangue seco nos meus dedos era lembrança da raiva que não consigo domar.
Raiva dela.
Raiva de mim.
Raiva de tudo.
Acendi um charuto. A fumaça preencheu o ar e, por um instante, senti que conseguia respirar. Mas logo o cheiro doce que vem dela tomou conta da minha memória. Luna se infiltra até nos meus vícios.
Mateo entrou sem bater, como sempre faz. Insistindo em me lembrar quem sou, e a importância que tenho em tudo a minha volta.
— Don… a reunião com os homens de Cali está marcada. — Ele parou ao