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CAPÍTULO 5 — O CHEFE INESPERADO (E A BOLA FORA)

Mia

Eu mal dormi de tanta ansiedade. Quando o despertador tocou, pulei da cama com uma energia que não sentia há meses. O emprego era real, o bônus estava vindo, e a única coisa ligeiramente preocupante era o fato de que eu teria que ver o belo e misterioso Elijah de novo por causa da camisa dele. Melhor deixar a lavanderia no armário do escritório e entregar discretamente.

Cheguei ao 38º andar do arranha-céu meia hora mais cedo, respirando fundo e prometendo a mim mesma que seria a funcionária mais focada e menos desastrada que a história do RH já tinha visto.

Fui direcionada à sala da Sara, a assistente executiva que me treinaria. Ela era uma mulher de uns quarenta anos, com um cabelo escuro perfeitamente alinhado e um conjunto de alfaiataria impecável. Ela era séria, mas seu sorriso era gentil, o que imediatamente me acalmou.

— Bom dia, Mia. Sou Sara — ela disse, com a voz profissional, mas acolhedora. — Seja bem-vinda à Hale Enterprises.

— É um prazer, Sara. Estou muito animada — respondi, tentando parecer mais executiva e menos desesperada.

Sara me deu um tour rápido pela nossa área, explicando as funções de assessoria da diretoria. O ambiente era de trabalho intenso, mas respeitoso. Parecia que eu tinha caído em um bom lugar.

— Seu trabalho será me auxiliar diretamente na agenda do... chefe — ela explicou, pegando uma prancheta. — Ele é extremamente reservado e a discrição é fundamental aqui. Ele é o coração desta empresa, então precisamos de olhos e ouvidos rápidos.

— Entendido — eu disse, balançando a cabeça com determinação. — Discreta e eficiente. É o meu novo lema.

— Ótimo. — Sara sorriu. — Então, vou apresentá-la a ele. Hoje o dia está um caos.

Segui Sara por um corredor que levava a uma porta dupla de madeira maciça. Sara bateu de leve e, sem esperar resposta, abriu.

— Chefe, desculpe interromper. Trouxe a nova assessora, Mia.

A sala era gigantesca, com janelas do chão ao teto que mostravam a cidade em 360 graus. O ar-condicionado parecia ainda mais frio ali.

No centro da sala, de pé, falando ao celular com uma postura de pura autoridade, estava ele.

Elijah.

Ele usava um terno cinza-escuro, impecável, e a forma como a luz batia em seu rosto esculpido o tornava ainda mais intimidante do que na iluminação âmbar do bar. Ele parecia ter nascido para ocupar aquela sala. Ele era a personificação do poder.

Ele encerrou a ligação, os olhos escuros se voltando para mim e Sara.

Meu coração saltou do peito e bateu três vezes contra a minha garganta.

O Chefe. Ele.

Eu congelei. Aquele não era um cara que "conseguia entrevistas". Aquele era o dono da porra toda. O bilionário. O CEO.

A ficha caiu como um tijolo. Eu havia confundido o CEO da Hale Enterprises com um... agiota. E o CEO estava me olhando agora com um leve brilho de diversão nos olhos.

— Sara, obrigado — disse Elijah, a voz grave ecoando levemente na sala. — Por favor, me deixe a sós com Mia por um momento.

— Sim, Chefe — Sara respondeu, tranquila, e saiu, fechando as portas atrás dela.

Ficamos sozinhos. O silêncio era tão denso que dava para cortar com uma faca.

— Bom dia, Mia — ele disse, caminhando lentamente em minha direção. O sorriso no canto da boca era de quem sabia de todos os meus segredos.

— B-bom dia… Sr. Hale — consegui gaguejar, respirando fundo e agarrando a alça da minha bolsa com força. Tentei parecer o mais profissional possível. — Prazer em conhecê-lo.

Ele parou a um passo de mim, e sua aura de poder me fez dar um passo involuntário para trás.

— O prazer é todo meu — ele respondeu, e aquele tom era inegavelmente flertante.

Eu precisava mudar o foco! Precisava ser Discreta e Eficiente.

— Sara me explicou minhas funções. Estou pronta para começar o treinamento e auxiliar no que for preciso — disse, forçando um sorriso firme.

Elijah apenas balançou a cabeça, divertidamente.

— Eu sei que sim. Mas antes… — Ele apontou para a ponta do meu sapato. — Tome cuidado.

Eu olhei para baixo e vi que estava prestes a tropeçar no meu próprio pé de novo. Puxei o pé rapidamente e tentei me virar, na tentativa desesperada de me afastar dele.

Foi quando aconteceu.

Eu me virei muito rápido e o fundo da minha bolsa acertou em cheio a quina do sofá de couro que ficava bem ao lado da mesa de centro. O impacto fez a pesada mesa de centro, feita de vidro e metal, tremer violentamente, e ela cambaleou.

Havia uma pilha de documentos, um tablet e, pior, uma escultura moderna de metal que custava o meu salário anual inteiro sobre ela.

O tablet escorregou. A escultura começou a inclinar.

— NÃ-NÃO! — gritei, e me joguei na direção da mesa para tentar segurar a escultura.

Eu consegui. Mas não sem antes dar uma joelhada feia na lateral da mesa e fazer a pilha de documentos voar pelo ar. Papéis importantes, planilhas e relatórios rodopiando como confetes na sala do CEO.

Eu fiquei de joelhos, segurando a escultura com as duas mãos, ofegante. Olhei para o chão, que agora parecia ter sido atingido por uma tempestade de papéis.

Eu não tinha durado nem cinco minutos na sala do Chefe Bilionário antes de causar um desastre.

— Desculpa, meu Deus… Desculpa, Chefe! — Minha voz saiu aguda.

Elijah, que estava assistindo a tudo com os braços cruzados, soltou a gargalhada mais alta e genuína que eu já tinha ouvido. Ele estava rindo de mim. Aberta e sonoramente.

— Eu disse para tomar cuidado — ele disse, a voz embargada pela diversão. Ele se aproximou e se agachou ao meu lado, pegando uma folha de papel. — Deixe-me adivinhar: você também não quis fazer isso.

Eu olhei para ele, para o sorriso lindo e para os papéis espalhados, e por mais que quisesse morrer de vergonha, não consegui evitar a risada que borbulhou em meu peito. Era tão absurdo que era hilário.

— Nunca — eu disse, rindo. — Mas a gravidade me odeia.

Ele riu de novo, os olhos escuros cheios de uma atração inegável.

— Parece que vamos ter que começar devagar, Mia.

Aquele era o meu primeiro dia. E parecia que eu já tinha um encontro marcado com o RH por quebra de patrimônio.

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