Mia
O relógio marcava seis da tarde, e eu me senti como uma maratonista que acabara de cruzar a linha de chegada. Meu cérebro estava processando tanta informação de alto nível que eu podia jurar que a fumaça estava saindo pelas minhas orelhas.
— Você está liberada, Mia — disse Sara, fechando seu notebook. Ela estava tão impecável quanto às oito da manhã. Eu? Eu parecia um rato que fugiu de um laboratório de finanças. — Não se preocupe em revisar o material hoje. Amanhã teremos a agenda do Chefe para lidar.
— Perfeito. Até amanhã, Sara — respondi, tentando manter a dignidade enquanto eu enfiava a bolsa no ombro.
Saí do arranha-céu com a cabeça nas nuvens, ou melhor, nas planilhas. Eu tinha sobrevivido. E, milagrosamente, não tinha derrubado mais nada.
Cheguei em casa e Jana estava no sofá, fazendo o que ela fazia de melhor: comendo pipoca e assistindo a um documentário sobre lhamas. O apartamento simples, mas aconchegante, de repente pareceu um refúgio.
— MIA! — ela gritou, pulan