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CAPÍTULO 3 — A ENTREVISTA QUE NÃO ERA O QUE PARECIA

Mia

Eu cheguei no apartamento tão cansada que nem sabia se queria chorar, dormir ou rir da própria tragédia. Mas antes que eu pudesse decidir, ouvi a voz de Jana vindo do quarto:

— MIA! — ela apareceu na porta como um furacão de cabelo desgrenhado e pijama de coelhos — ME CONTA AGORA! O AGIOTA ERA BONITO?

Eu pisquei.

— Jana…

— NÃO! — ela levantou a mão, dramática — Eu preciso dessa informação pra viver. O agiota tem dentes? Ele é careca? Ele cobra com martelo? — ela fez um gesto estranho com as mãos — Ou é tipo aqueles criminosos charmosos que cobram sorrindo?

— Jana, você não vai acreditar — falei, jogando a bolsa no sofá.

Ela arregalou os olhos.

— Meu Deus. Você está com esse olhar de “aconteceu coisa grande”. MIA, VOCÊ VENDEU UM ÓRGÃO?

— NÃO! — respondi, rindo apesar de mim — Mas sente-se.

Ela se jogou no sofá, comendo batata frita de um pacote aberto, como se fosse assistir a uma novela.

— Ok — ela bateu palmas — começa do começo. Quem era o agiota?

Suspirei fundo.

— Então… não era o agiota.

— O quê?

— Eu sentei na mesa errada.

Ela jogou o pacote de batatas pro alto.

— NÃO! — gritou — MIA! VOCÊ FOI IMPLORAR DINHEIRO PRA PESSOA ERRADA?

— Sim…

— MEU DEUS DO CÉU, ISSO SÓ ACONTECE COM A GENTE! — ela segurou a barriga de tanto rir — Quem era o cara? Ele ficou bravo? Chamou a polícia?

Eu lembrei do olhar de Elijah.

Intenso.

Calmo.

Perigosamente… curioso.

— Não — murmurei. — Ele só me ouviu.

— Como assim “ouviu”? — Jana cruzou os braços, desconfiada. — Ele deixou você despejar toda sua vida na mesa dele?

— Sim. E… — meu rosto começou a esquentar — ele foi legal. Tipo… muito legal.

Jana ficou com a boca aberta.

— Não…

— Sim.

— NÃO — ela repetiu, mais escandalizada — Mia, você confundiu um estranho… LINDO, imagino… com um agiota, e ele ficou pra te ouvir???

Eu assenti.

— Ele até disse que podia me ajudar a conseguir uma entrevista.

Jana arregalou os olhos como se eu tivesse dito que Deus havia descido no restaurante e me oferecido um empréstimo no Pix.

— DESDE QUANDO O UNIVERSO É BONZINHO COM VOCÊ? — ela questionou, apontando o dedo na minha cara — Tem algo errado aí.

Eu respirei fundo.

— Eu sei. Eu também acho. Mas… eu não senti nada esquisito nele. Ele parecia… verdadeiro.

— Verdadeiro tipo “psicopata que sorri bonito”? — ela perguntou.

Eu ri.

— Verdadeiro tipo… alguém que realmente queria ajudar. Só isso.

Jana me encarou por longos segundos, depois levantou o dedo novamente.

— Talvez ele tenha gostado de você…

— Jana…

— TÔ SÓ FALANDO! Olha pra você! Franqueza pura, caos ambulante… muito atrativo pra homem misterioso de terno preto.

— Ele não disse o que faz — confessei. — Só o nome.

Jana suspirou dramaticamente.

— Isso tá MUITO suspeito.

— Eu sei… mas não senti perigo.

Ela me analisou de cima a baixo.

— Você vai na entrevista amanhã?

— Vou.

Jana respirou fundo.

— Ok. Então eu te acompanho até a porta, caso seja tráfico de órgãos.

— Jana!

Ela deu de ombros.

— Melhor prevenir.

Eu ri mais do que deveria, mas a verdade é que meu peito carregava algo estranho. Medo… e esperança. Uma mistura perigosa.

NO DIA SEGUINTE

Eu acordei cedo, nervosa a ponto de derrubar a escova de dentes três vezes na pia.

Vesti minha melhor roupa — que não era nada demais — amarrei o cabelo com cuidado e tentei parecer menos pobrezinha desesperada.

Jana me acompanhou até o ponto de ônibus, analisando cada carro suspeito como se estivesse numa missão secreta.

— Se ele te mandar entrar num beco, você corre — ela instruiu.

— Jana, por favor…

— Se ele disser “tenho um trabalho especial pra você”, você corre MAIS RÁPIDO.

— Jana…

O ônibus chegou e ela me abraçou como se fosse minha mãe mandando a filha para Hogwarts.

— Se ele tiver cara de milionário, me liga! — ela gritou enquanto eu subia.

O problema é que ele tinha.

E eu não parei de pensar nisso o caminho inteiro.

No ponto final, desci e olhei para o endereço que Elijah havia mandado na noite anterior.

Eu olhei o papel.

Olhei o prédio.

Olhei o papel de novo.

E quase desmaiei.

Era um arranha-céu.

Vidros espelhados.

Seguranças na porta.

Logotipo enorme no topo.

Carros de luxo na entrada.

Aquilo não era um escritório comum. Era o tipo de empresa onde CEOs milionários trabalhavam.

Eu senti minhas pernas tremerem.

— Isso não pode estar certo… — murmurei para mim mesma. — Ele deve ter mandado o endereço errado. Tem que ser engano. De novo. Isso é muito… alto nível.

Mas o número no papel batia exatamente com o prédio enorme à minha frente.

Eu respirei fundo.

— Ok, Mia. Entra. Se não for aqui, os seguranças te chutam pra fora e você vai embora com dignidade.

Caminhei até a porta.

Os seguranças me olharam.

Depois olharam o papel na minha mão.

E então…

Um deles sorriu e abriu caminho.

— A senhorita Mia?

— Sou eu…

— Pode entrar. Estão esperando você no 38º andar.

Meus joelhos quase dobraram.

QUEM diabos era Elijah?

E que tipo de entrevista era aquela?

Eu entrei no elevador com o coração na garganta…

Porque, naquele momento, tudo dentro de mim dizia que minha vida estava prestes a mudar.

E não fazia ideia se estava pronta.

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