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CAPÍTULO 6 — O CEO E O FURACÃO

Elijah

Eu estava no meu escritório, ajoelhado no mármore caro, pegando relatórios de bilhões de dólares que agora estavam misturados com papéis de anotação de Mia. O contraste era absurdo. Ela era o caos.

Desde o "encontro errado" no restaurante, minha vida não era mais a mesma. Minha rotina, tão fria quanto o vidro do meu penthouse, havia sido invadida. Eu costumava medir o sucesso em fusões e aquisições. Agora, eu me pegava sorrindo por causa de uma garota que me confundiu com um agiota.

Agiota. A palavra era ridícula. Eu sou Elijah Hale, o CEO da Hale Enterprises, conhecido por ser frio e inatingível. Mas aquela noite, naquela mesa, a vulnerabilidade e a coragem dela, a sinceridade crua com que ela me despejou sua vida, me atingiram como um raio.

Eu poderia ter resolvido o problema dela com um cheque. Mas ela não me pediu caridade; ela estava lutando. Ela precisava de uma chance, não de esmola. E, de repente, eu senti uma necessidade imperiosa de ser a fonte dessa chance. Não por bondade, mas porque eu precisava mantê-la perto. Eu precisava ver o que faria o furacão dela com o meu mundo perfeito.

Então, eu mexi meus contatos. Gerei a vaga de assessora, instruí Andrea do RH, e fiz o que nunca faria, o que eu sempre fui contra: interferi diretamente em um processo de contratação. O cargo de assistente de Sara era a maneira mais rápida de tê-la no 38º andar, sob o meu olhar.

E agora, ela estava aqui.

Sara a apresentou. O choque nos olhos dela quando percebeu que o "cara do paletó" era o CEO me deu uma satisfação imensa. Ela tentou se recompor, assumir a máscara de "funcionária competente", mas eu podia ver o pânico por trás da pose.

Eu mal a liberei de Sara, e o desastre começou. Um passo em falso, o cotovelo, o sofá, e a minha sala, que parecia um templo de controle, virou uma bagunça de papéis voadores.

Eu devia ter ficado furioso. Aquela escultura de metal custava uma fortuna e era muito importante pra mim. O tablet tinha dados sensíveis. Mas, em vez disso, eu soltei a gargalhada mais alta e genuína que eu dava em anos. Aquele som vibrou em meu peito, me fazendo sentir algo que a Hale Enterprises nunca conseguiria: vida.

Eu me agachei ao lado dela. Ela segurava a escultura, os olhos arregalados de desespero cômico.

Ela é inacreditável.

— Eu disse para tomar cuidado — falei, tentando abafar o riso. A mancha de bebida do dia anterior em minha memória, agora a pilha de papéis espalhados...

Ela era um desastre. Um desastre lindo. E, de alguma forma, ela estava desmantelando o meu controle, peça por peça.

— A gravidade me odeia — ela respondeu, rindo também.

Naquele momento, enquanto pegávamos os papéis juntos no chão, o ar na minha sala fria estava carregado de uma eletricidade que não vinha de nenhuma torre de energia. Vinha dela. Daquele caos honesto e atrapalhado.

— Parece que vamos ter que começar devagar, Mia — eu disse, com um sorriso que prometia mais do que apenas orientação de trabalho.

Minutos depois Sara voltou e, profissionalmente, instruiu Mia. Eu as observei pela porta aberta por alguns minutos. Elas estavam agora instaladas na área de trabalho.

Eu fiz questão que o setup fosse o mais próximo possível: a mesa de Sara ficava de frente para a dela, criando uma espécie de bolha de treinamento. E o crucial: as mesas ficavam bem de frente para a entrada da minha sala. Apenas uma parede de gesso e vidro nos separava, com as portas duplas de madeira maciça servindo como a única barreira formal.

Quando eu saísse, ela seria a primeira pessoa que eu veria. Quando eu voltasse, ela estaria ali. Quando eu estivesse na minha mesa, eu saberia que ela estava a poucos metros, lidando com a agenda que me governava.

A visão das duas trabalhando, com Mia ligeiramente curvada sobre os papéis e Sara impassível ao lado, confirmou minha decisão.

Eu sabia que ela não duraria na minha empresa se continuasse assim. Mas, ironicamente, eu faria o que fosse preciso para mantê-la por perto. Eu a tinha puxado para o meu mundo por uma necessidade egoísta: a necessidade de ver o que aconteceria a seguir.

Eu não a tinha ajudado por ser um herói; eu a tinha sequestrado para o meu lado porque estava fascinado.

Eu a observei enquanto ela se levantava, com as bochechas coradas, já tentando compensar o erro com excesso de zelo. Ela era um problema. O maior, mais bonito e mais caótico problema que já havia pisado no meu escritório.

O furacão estava instalado. E eu, o CEO frio, mal podia esperar para sentir a tempestade.

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