Capítulo Vinte e Três

Fernanda

Era só mais uma noite.

Mais um vestido justo, salto alto, maquiagem afiada o bastante pra esconder a bagunça por dentro. A boate dele — Morro. Eu não devia estar ali. Mas o cliente queria, e eu precisava manter as aparências de que ainda era dona de mim.

Eu sabia que ele estaria lá. Guilherme. Sempre estava.

Entrei como se nada. Como se o coração não tivesse tropeçado no primeiro passo. O cliente do meu lado era rico, bonito, educado. E completamente irrelevante. Eu fingia ouvir, sorrir, beber. Mas meu olhar escorregava por cima do ombro dele, procurando só um rosto.

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