Fernanda
Era só mais uma noite.
Mais um vestido justo, salto alto, maquiagem afiada o bastante pra esconder a bagunça por dentro. A boate dele — Morro. Eu não devia estar ali. Mas o cliente queria, e eu precisava manter as aparências de que ainda era dona de mim.
Eu sabia que ele estaria lá. Guilherme. Sempre estava.
Entrei como se nada. Como se o coração não tivesse tropeçado no primeiro passo. O cliente do meu lado era rico, bonito, educado. E completamente irrelevante. Eu fingia ouvir, sorrir, beber. Mas meu olhar escorregava por cima do ombro dele, procurando só um rosto.